21 Mai 2012
Em todo o mundo, da ficção à realidade, o modo de as mulheres estarem juntas mudou.
A reportagem é de Elena Stancanelli, publicada no jornal La Repubblica, 16-05-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
No segundo episódio de Girls, a nova séria da rede norte-americana HBO, escrita, dirigida e interpretada por uma jovem de 26 anos –, três das quatro amigas inseparáveis estão na sala de espera de uma clínica. Hannah está convencida de ter contraído uma doença venérea, uma ao acaso. Marnie e Shoshanna tentam tranquilizá-la. Esta última com particular ênfase, explicando e argumentando, insistindo sobre os detalhes... até que, de repente, explode em lágrimas. Sou virgem, diz. Silêncio. Marnie e seu golpe de gênio: sabe o quê? O sexo está decisivamente muito superestimado. Abraçam-se.
Depois dos anos do confronto violento de Eva contra Eva, da rivalidade no trabalho e nos sentimentos, zerados pela crise os elementos do conflito, as mulheres se tornam aliadas. A sororidade está no ar, escreve o New York Times, e é um dos sentimentos que poderia nos salvar. E, para publicizá-lo, a autora do artigo, Natalie Angier, explica que, segundo os últimos estudos sobre o mundo animal, as fêmeas de muitas espécies agem segundo princípios de solidariedade e de amizade cuja graça até agora negligenciamos.
As elefantas, por exemplo, estão sempre ali dizendo entre si onde estão e o que estão fazendo, usando os bramidos como mensagens de celular. Assim também como as fêmeas de chimpanzé, que continuamente se olham nos olhos e descansam deitadas costas contra costas, para se protegerem. Até o célebre gesto de tirar carrapatos entre as macacas azuis do Quênia seria uma forma de sororidade. Originalmente, a palavra "irmã" identificava as mulheres que faziam os votos e, de fato, a tradução inglesa sisterhood, como primeiro significado, se refere ao monaquismo.
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Do feminismo à ''sororidade'' - Instituto Humanitas Unisinos - IHU