06 Julho 2013
A americana e ativista Valerie Aurora, 35 anos, comunicou ao Fórum de Software Livre, que se realiza em Porto Alegre, que teria uma condição para participar como palestrante: o Fisl precisaria adotar uma política que previna o assédio. Valerie propõe a inserção de mulheres na tecnologia e no software livre.
A entrevista foi publicada no jornal Zero Hora, 05-07-2013.
Eis a entrevista.
Como você começou a defender mais mulheres na tecnologia?
Minha mãe era programadora. Quando entrei na universidade eu era a única mulher em 40 homens. Depois, quando comecei a trabalhar com software livre e vi que era a única mulher no mundo fazendo isso, passei a me interessar pela causa.
Por que as mulheres não se envolvem mais com tecnologia?
É um ciclo vicioso, porque há mais homens nessa área, eles cultivam uma cultura que é mais convidativa a homens. É um ciclo que precisa ser quebrado. Toda cultura do mundo, hoje, é sexista, e isso impacta a cultura de tecnologia e de software livre.
O que os homens podem fazer para deixar as colegas mais a vontade?
Uma coisa que pode ser feita é instituir a política antiassédio, que pode funcionar para qualquer evento. Estamos cansadas de ir a eventos e nos perguntarem se somos namoradas de alguém, ou nos convidarem para sair, ou até nos perguntam o que estamos fazendo naquele lugar sozinhas. É um sensação péssima.
A cultura de software livre é bastante competitiva. Como isso pode ser mudado?
Ter mais mulheres envolvidas com software livre é algo que vai torná-lo mais bem-sucedido. Um dos problemas que o software livre tem agora é essa cultura competitiva, que coloca a tecnologia acima de tudo e ignora a facilidade de usar. Se as pessoas valorizarem a colaboração, teremos softwares livres melhores.
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As mulheres na tecnologia e no software livre - Instituto Humanitas Unisinos - IHU