02 Mai 2013
Fonte: www.cremisan.org |
A decisão de continuar a construção da barreira de defesa – começada por Israel há sete anos durante a segunda Intifada para limitar a onda de atentados terroristas dos grupos militantes palestinos – foi tomada nestes dias por uma Comissão israelense.
A reportagem é de Giacomo Galeazzi, publicada no sítio Vatican Insider, 29-04-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Uma carta aberta foi enviada ao Papa Francisco para que intervenha contra a construção do "Muro" de defesa israelense no vale de Cremisã, na Cisjordânia, que ameaça isolar a comunidade cristã da região. Os palestinos do vale, de fé cristã, escolheram a véspera do encontro no Vaticano entre o papa e o presidente de Israel, Shimon Peres, para enviar uma carta a Francisco.
Diz a carta: "Somos um vilarejo cristão chamada Beit Jala, nos arredores da cidade de Belém. Estamos ameaçados pela construção do famoso 'Muro de anexação' que a ocupação militar israelense pretende construir, expropriando a maior parte das terras cristãs palestinas, com a intenção de separar Belém e outras áreas de Jerusalém e outros lugares santos. Até hoje, Israel confiscou dois terços das nossas terras".
A carta explica que há mais de um ano a comunidade cristã "se encontra todas as sextas-feiras nas terras em questão para rezar por uma solução positiva para a questão". Segundo os autores da carta, se o projeto for concluído, cerca de 300 hectares de terras agrícolas serão anexados por Israel, que prometeu criar uma passagem no muro para permitir que 58 famílias palestinas – que cultivam principalmente vegetais, olivas e uvas de vinho – o acesso às suas terras.
Também estão envolvidos no protesto os dois conventos salesianos da região: o das freiras que, além de possuir parte das terras que poderiam ser confiscadas, gerem uma escola materna com 400 crianças, e o dos famosos monges que produzem um vinho, branco e tinto, que leva o nome do próprio vale, Cremisã, e que é um dos símbolos dos cristãos palestinos.
"Não precisamos de um portão com soldados que nos permitam chegar às nossas propriedades", explica o padre Ibrahim Shomali, pároco de Beit Jala. "Se Israel quer construir o muro, que o faça no seu próprio território, não nas terras que pertencem a Beit Jala. A Terra Santa precisa de pontes, não de muros".
Confira a noticia aqui.
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Israel e Palestina: além do muro - Instituto Humanitas Unisinos - IHU