Porto Alegre, na contramão da cidade sustentável

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15 Janeiro 2013

Prefeitura de Porto Alegre, na contramão da cidade sustentável, anuncia início das obras do Túnel da rua Anita Garibaldi e o corte de centenas de árvores.

A nota é da AGAPAN - Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural, 10-01-2013.

Os impactos ambientais da construção do túnel na rua Anita Garibaldi implicarão em desdobramento bastante sérios para aquela região da cidade:

Saúde: redução do espaço social de circulação, possibilitando estresse psicológico ou fisiológico aos moradores, visto que será ínfima a redução de tempo para o trajeto de carros, pois todos irão parar em sinaleiras, que vai permanecer para os pedestres passarem.

Alteração do microclima com a supressão significativa da cobertura arbórea urbana: diminui a infiltração da água das chuvas no solo, com maior escoamento superficial. Reduz a ventilação e o sombreamento, alterando a temperatura e formando "Ilhas de Calor" (quente de dia e frio à noite), gerando maior gasto energético.

Modificações ou destruição do microssistema, pela retirada da vegetação urbana: o desmatamento empobrece o solo e a biodiversidade, pois o habitat natural da avifauna desaparece. , já foram inúmeras árvores e pássaros atingidos em função das obras da Terceira Perimetral.

Aumento da poluição atmosférica, sonora e visual acarretará: aumento dos agentes microbianos e partículas de poeira no ar e maior ruído. A retirada da cobertura verde causa desconforto visual e deixa menos bonita a ambiência desse antigo espaço de convivência social.

Perda de qualidade paisagística:
perda da beleza cênica, desaparecendo espaços históricos e culturalmente consolidados na região.

Tempo precioso para a sustentabilidade (ecológica):

O fato de defendermos a permanência da arborização da rua Anita Garibaldi demonstra a visão incorreta com que a Prefeitura tem tratado, desde início, o "caso da trincheira da Anita". Esse fato está diretamente relacionado à falta de comunicação e de planejamento participativo, conforme estabelece o Estatuto da Cidade e Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto Alegre, que recomenda a opinião dos cidadãos no planejamento do futuro da cidade.

Estamos perdendo um tempo precioso na busca da implantação do manejo de vegetação em Porto Alegre:

-  Necessitamos urgentemente de espécies vegetais, que reúnam características morfológicas adaptadas para combater a poluição;
-  Precisamos recompor, tratar, prevenir e estimular o plantio e crescimento de novas espécies arbóreas;
- Plantar e estimular espécies de árvores que gerem conforto para a cidade, que atraiam a fauna e flora silvestres, purifiquem o ar, deem equilíbrio térmico, reduzam ruídos;

Durante muito tempo Porto Alegre se vangloriou por ser considerada a capital mais arborizada do Brasil, mas esses dados já não são realidade. Segundo o IBGE, estamos distante de sermos os primeiros.

Porto Alegre está deixando de planejar ações ambientais mais efetivas que favoreçam a qualificação paisagística dos bairros, beneficiando assim a convivência e a economia da cidade.


Foto: Detalhe de árvore na rua Anita Garibaldi. (Gaz/AGAPAN)