24 Novembro 2014
Francisco se prepara para duas viagens internacionais em três dias, recorde absoluto – na próxima terça-feira, em Estrasburgo, e de 28 a 30 de novembro na Turquia –, e as medidas de segurança, especialmente para a viagem de três dias em Ancara e Istambul, foram preparadas com cuidado.
A reportagem é de Gian Guido Vecchi, publicada no jornal Corriere della Sera, 21-11-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Há o precedente de 2006, quando a visita de Bento XVI à Turquia foi precedida por tensões e temores, porque se seguia em poucos meses ao discurso de Regensburg e às polêmicas que havia, inflamado o mundo muçulmano.
No entanto, desta vez, em tempos de Isis, o governo turco preparou medidas de segurança excepcionais e percursos "blindados", mas, do outro lado do Tibre, tende-se a não enfatizar isso.
Além disso, também no Vaticano, o padre Federico Lombardi disse nessa quinta-feira que "não há nenhum motivo específico de preocupação" neste momento. E o ministro italiano do Interior, Angelino Alfano, afirmou: "Estamos conscientes do risco, não só em relação ao Vaticano, mas também do nosso país. O nível de alerta é muito alto, mas não temos uma ameaça específica".
Em suma, o papa continua a sua vida normal e não pretende modificar aquela que foi a sua primeira "revolução", a decisão de morar em Santa Marta e não no Palácio Apostólico. Além disso, explica-se, o nível de segurança não muda do hotel vaticano em relação ao palácio: ambos são internos aos muros leoninos.
Quanto às viagens internacionais, o problema surgiu desde a semana no Brasil no ano passado. Francisco respondeu assim aos que lhe perguntavam se não era perigoso sair do carro para se aproximar dos fiéis: "É verdade que sempre há o perigo de que haja um louco, mas também há o Senhor! Pôr um espaço blindado entre o bispo e o povo é uma loucura. E eu prefiro a loucura de ficar de fora".
Na França, assim como na Turquia, além disso, o problema não vai surgir. Francisco voa para Estrasburgo para falar ao Parlamento Europeu e ao Conselho da Europa, não é uma viagem pastoral e não estão previstos eventos litúrgicos. Será a visita mais breve na história das viagens papais: três horas e cinquenta minutos.
Quanto à Turquia, Francisco nunca vai viajar de carro aberto, e isso não por questões particulares de segurança: o fato é que os turcos são 98% muçulmanos. Todas as outras religiões são menos de 1% da população. Portanto, não haverá multidões de católicos pelas ruas. Ele poderá encontrá-los no jardim da catedral.
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Temores pela segurança do papa: ''O nível de alerta é muito alto'' - Instituto Humanitas Unisinos - IHU