Por: André | 08 Setembro 2014
A necessidade de que as Igrejas ortodoxas se libertem do nacionalismo e dos vínculos com os Estados nacionais nos quais vivem surge em um dos momentos mais intensos dos quatro dias de encontro entre as Igrejas ortodoxas no Mosteiro de Bose. Bispos e teólogos, religiosas e estudiosos leigos refletem sobre a guerra na Ucrânia e no Oriente Médio. Muitos afirmaram que “a fé cristã não admite a sacralização de nenhuma terra, posto que toda a terra pertence a Deus”, razão pela qual os cristãos, independentemente dos lugares nos quais vivem, têm que ter sempre a consciência de que são, sobretudo, “cidadãos de outra terra, a terra celeste e escatológica”.
Fonte: http://bit.ly/1qoF2Ju |
A reportagem é publicada por Vatican Insider, 06-09-2014. A tradução é de André Langer.
Manifestou-se também a “urgente necessidade para a Igreja, para qualquer Igreja”, no contexto dos atuais conflitos armados, não defender só “os seus, mas todas as vítimas sem distinção, de todas as guerras e de toda violência”. Foi unânime a condenação da instrumentalização das religiões e insistiu-se em que a Igreja não pode abençoar nenhuma arma, pois “o Evangelho não admite dúvidas a este respeito”.
No entanto, reconheceu-se que na prática, em algumas zonas, as armas são abençoadas, tanto literalmente como no sentido metafórico. “Mas hoje mais do que nunca existe, para as Igrejas, uma alternativa frente a este comportamento: usar a palavra de que se dispuser para denunciar abertamente e com coragem a violência e as guerras”.
Pela manhã, chegou ao encontro o apelo do Administrador da Igreja ortodoxa ucraniana, o metropolita Antonij, que convidou para rezar por toda a Ucrânia e seu povo. “Na Ucrânia, não se detém o sangue derramado. E, até agora, foram em vão os esforços humanos que pretendem alcançar a paz – disse o também reitor da Academia Teológica de Kiev. Em cada liturgia, nossa Igreja invoca a defesa e a ajuda de Deus”. “Acreditamos – termina o apelo – que o Senhor não nos abandonará e enviará a autêntica paz à Ucrânia”.
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“Não devemos abençoar as armas”, dizem ortodoxos em Bose - Instituto Humanitas Unisinos - IHU