08 Julho 2014
As autoridades da China suspenderam temporariamente as atividades de uma fábrica da cidade de Dongguan, situada na província de Cantão, no sul do país, por empregar 196 menores de idade, informou neste sábado a emissora estatal chinesa CFTV. Os funcionários tinham idade inferior a 16 anos - a idade mínima estabelecida na China para o trabalho - e utilizaram documentação falsa para conseguir emprego na fábrica da companhia Guang Gu, especializada em produtos eletrônicos.
A reportagem foi publicada pela Agência EFE e reproduzida pelo portal Terra, 05-06-2014.
Segundo o jornal local Guangzhou Daily, os adolescentes trabalhavam por mais de 11 horas por dia recebiam 8,5 iuanes (US$ 1,35) por hora. Após descobrir a ilegalidade, as autoridades enviaram os jovens de volta para seus lugares de origem, já que a maioria vinha de regiões rurais das províncias de Hunan e Guangxi.
Um dos gerentes da fábrica explicou à publicação que "não podia comprovar" a autenticidade dos documentos de identidade que os menores utilizaram e acusou as agências locais de emprego de proporcionar a eles permissões de residência e outros documentos falsificados. Os grupos que defendem os direitos dos trabalhadores na China garantem que o trabalho infantil e de adolescentes é uma prática "comum" no país e atribuem o fenômeno à fiscalização débil das administrações locais.
Na China, a lei estabelece que a idade mínima para trabalhar é de 16 anos e fixa a jornada de trabalho em oito horas, mas essas normas são violadas em muitos lugares do país. Cantão - uma das províncias mais ricas da China e sede de grande parte das fábricas de bens de consumo que exportam para o Ocidente - é uma das províncias onde as condições de trabalho são mais deploráveis.
Segundo ativistas contra a exploração infantil, o uso de menores em fábricas do sul da China é normal há anos, especialmente em setores como o têxtil e o de brinquedos.
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China: atividade em fábrica é suspensa por trabalho infantil - Instituto Humanitas Unisinos - IHU