Por: Jonas | 30 Junho 2014
Um dos elementos negativos que está relacionado com muitos megaeventos que ocorrem em todo o planeta é o turismo sexual. Neste Mundial, não é diferente, o que foi constatado por diferentes meios de comunicação, durante esses dias. Em todas as cidades sedes está sendo comum que, junto com o desembarque de seguidores das diferentes seleções, esta seja uma das principais demandas.
Fonte: http://goo.gl/IGLiv5 |
A reportagem é de Luis Miguel Modino, publicada por Religión Digital, 27-06-2014. A tradução é do Cepat.
Pensando em conseguir dinheiro rápido entre os que são vistos como endinheirados visitantes, muitas mulheres, a maioria jovens e, inclusive, pertencentes às classes mais castigadas entre a população brasileira, chegam de diferentes lugares do país para oferecer este tipo de serviço para pessoas sem escrúpulos, que, longe de suas casas, sentem-se livres para satisfazer seus desejos carnais.
O governo brasileiro lançou uma campanha coincidindo com o Mundial, mas de fato não deixa de ser um desejo de manter as aparências frente a uma realidade que é comum nesse país, que movimenta muito dinheiro e com a qual estão envolvidas pessoas de todos os âmbitos sociais, inclusive daqueles que deveriam cuidar para que isso não ocorresse.
Neste sentido, cabe destacar as denúncias realizadas, nos últimos anos, pelo bispo espanhol dom José Luis Azcona, da Prelazia de Marajó, na foz do rio Amazonas, que defende que não há vontade política para solucionar este problema do tráfico de pessoas para o comércio sexual, o que o levou a ser ameaçado de morte.
A Igreja Católica brasileira tentou ajudar a sociedade a se conscientizar sobre este problema. De fato, foi um dos pontos abordados na Campanha da Fraternidade deste ano, e também faz parte do material de conscientização que foi elaborado para o Mundial.
Porém, devemos constatar com dor que esta não é uma preocupação para a sociedade brasileira, que vê este problema como uma coisa a mais entre os muitos elementos negativos que estão presentes dentro do espectro social, sem tomar uma providência sobre assunto para que as coisas mudem.
Cabe destacar, como exemplo, o que aconteceu na véspera da abertura do Mundial, quando a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, junto com outras instituições, promoveu uma passeata em Brasília para conscientizar sobre o tráfico de pessoas, durante este evento, e que contou com uma escassa participação, poderíamos dizer insignificante para uma grande cidade como é a capital do país.
Diante deste tipo de situação, questiona-se até onde chega a capacidade humana para se aproveitar de quem, por diferentes motivos, passa por isso. Este, como muitos outros, é um problema que dificilmente será resolvido, caso a sociedade como um todo não busque soluções comuns. Que em pleno século XXI tenha pessoas que se aproveitam da necessidade alheia para, amparados no anonimato, satisfazer seus desejos, sem se importar com as consequências, não deixa de ser preocupante e indignante.
Por fim, isto faz parte do todo que envolve o Mundial, que deseja que quem gasta o dinheiro para enriquecer a FIFA possa voltar “satisfeito”, senão com o resultado de sua seleção, sim com outros tipos de coisas, em relação às quais, mais do que se gabar com os amigos, deveria sentir vergonha, pois, afinal, as vítimas de todo este emaranhado são pessoas que estão vendendo o seu corpo, sendo, muitas vezes, obrigadas ou como último recurso para levar um pedaço de pão à boca.
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Turismo sexual: Vergonha Mundial - Instituto Humanitas Unisinos - IHU