Ratzinger e Martini, unidos no essencial

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Por: André | 21 Julho 2015

Foram, durante anos, duas colunas da Igreja. Muitas coisas separavam o Papa Ratzinger e o cardeal Martini. Esquematizando muito, ambos foram os líderes das duas almas ou dos dois modelos de Igreja. Ou, dito na linguagem civil, Ratzinger foi o líder dos conservadores e Martini, dos progressistas. Mas, acima de tudo, unia-os o mesmo grande amor pela instituição e o fato de serem dois eclesiásticos honrados, que lutaram (cada qual na medida de suas possibilidades) para limpar a cúria.

A reportagem é de José Manuel Vidal e publicada por Religión Digital, 19-07-2015. A tradução é de André Langer.

Agora, acabamos de tomar conhecimento, pelo relato do padre jesuíta Silvano Fausti que a relação entre os dois homens de Igreja sempre foi profunda.

Pelo relato do jesuíta sabemos que, no conclave de 2005, Martini cedeu todos os seus votos (inclusive sua própria cédula) a Ratzinger. Com um objetivo concreto: evitar a vitória da candidatura de um cardeal “rasteiro” (o qualificativo é do jesuíta Fausti) e ávido de poder, que aspirava a suceder o Papa Wojtyla. O Pe. Fausti não diz o nome do citado cardeal, mas pelos dados que oferece faz pensar no então todo-poderoso e intrigante secretário de Estado, o cardeal Angelo Sodano.

Desde então, Ratzinger e Martini uniram suas forças para limpar a cúria de príncipes aferrados ao poder. E, quando Martini viu que Ratzinger não conseguia alcançar esse objetivo perseguido, animou-o a apresentar sua renúncia. E com sua renúncia, Bento XVI colocou em marcha a chegada da primavera eclesial, encarnada pelo Papa Francisco.

Dois homens de Deus e de Igreja, com sensibilidades distintas, mas unidos no essencial. Duas grandes “parteiras” da revolução tranquila de Francisco. Anima descobrir que às pessoas de bem são muito mais numerosas as coisas que as unem do que aquelas que as separam. Ratzinger e Martini, os dois lados da mesma moeda.