Por: Jonas | 13 Mai 2015
O Papa Francisco voltou a denunciar, hoje, que cristãos ainda são mortos em nome de Deus. Também destacou, na homilia matutina da missa na capela da Casa Santa Marta, segundo apontou a Rádio Vaticana, que o Espírito Santo dá força para se oferecer o testemunho até o martírio.
A reportagem é de Domenico Agasso Jr., publicada por Vatican Insider, 12-05-2015. A tradução é do Cepat.
No Evangelho de hoje, o Espírito Santo anuncia aos discípulos: “Eu tenho muitas coisa para lhes dizer, mas neste momento não as suportariam; quando vier o Paráclito, o Espírito da verdade, Ele os conduzirá até a verdade plena”.
O Senhor “fala do futuro, da cruz que nos espera, e nos fala do Espírito, que nos prepara para dar o testemunho cristão”. Portanto, fala “do escândalo das perseguições”, o “escândalo da Cruz”.
“A vida da Igreja – observou o Pontífice argentino – é um caminho conduzido pelo Espírito” que nos recorda as palavras de Jesus e “nos ensina as coisas que Jesus ainda não pôde nos dizer”: “é companheiro de caminhada” e “também nos defende” do “escândalo da Cruz”. A Cruz é, de fato, escândalo para os judeus, que “pedem sinais”, e loucura para “os gregos, ou seja, os pagãos”, que “procuram sabedoria, ideias novas”.
Os cristãos, ao contrário, pregam a Cristo crucificado. Desse modo, Jesus prepara os discípulos para que não se escandalizem da Cruz de Cristo: “Vocês serão expulsos das sinagogas - disse Jesus -. E mais, chegará a hora em que, inclusive, aqueles que os matarão, acreditarão que assim oferecem culto a Deus”.
Hoje somos testemunhos destes que matam cristãos em nome de Deus, porque são infiéis segundo eles. Esta é a Cruz de Cristo: “Farão isso porque não me conhecem, nem a mim e nem ao Pai’. ‘Isto que acontece comigo - disse Jesus – também acontecerá com vocês - as perseguições, as tribulações -, mas, por favor, não se escandalizem: o Espírito lhes conduzirá e fará com que compreendam’”.
Neste contexto, o Papa Francisco recordou a conversa telefônica que ontem teve com o Patriarca copta Tawadros, “porque era o dia da amizade copta-católica”.
“Eu me lembrava de seus fiéis, degolados na praia por ser cristãos. Estes fiéis, pela força que o Espírito Santo lhes deu, não se escandalizaram, morreram com o nome de Jesus nos lábios. É a força do Espírito. O testemunho. É verdade, isto é exatamente o martírio, o testemunho supremo”.
“Contudo, também existe o testemunho de todos os dias - prosseguiu -, o testemunho de ter presente a fecundidade da Páscoa” que “nos dá o Espírito Santo, que nos conduz até a verdade plena, a verdade inteira, e que nos faz recordar o que Jesus nos disse”.
“Um cristão que não leva a sério esta dimensão ‘martirial’ da vida, ainda não entendeu o caminho que Jesus nos ensinou: caminho ‘martirial’ de todos os dias; caminho ‘martirial’ em defesa dos direitos das pessoas; caminho ‘martirial’ em defesa dos filhos: papais e mamães que defendem sua família; caminho ‘martirial’ de tantos, tantos enfermos que sofrem por amor a Jesus. Todos nós temos a possibilidade de levar adiante esta fecundidade pascal, neste caminho ‘martirial’, sem nos escandalizar”.
O Papa concluiu com esta orientação: “Peçamos ao Senhor a graça de receber o Espírito Santo que nos fará recordar as coisas de Jesus, que nos conduzirá até a verdade plena e nos preparará todos os dias para dar testemunho, para realizar este pequeno martírio de todos os dias, ou um grande martírio, segundo a vontade do Senhor”.
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Papa recorda os coptas degolados: morreram com o nome de Deus nos lábios - Instituto Humanitas Unisinos - IHU