''Renovando a face da Terra'': zeladores, não proprietários

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07 Março 2015

Em preparação para a Páscoa, os jesuítas da rede Ignatian Solidarity Network (ISN) estão oferecendo uma série de reflexões quaresmais em torno do tema Renewing the face of the Earth (Renovando a face da Terra).

Veja abaixo, na sessão "Para ler mais", as outras partes dessa série.

Autores de todo o mundo oferecem breves reflexões a partir de suas experiências de cuidado da criação e das leituras do dia. Essas reflexões diárias examinam a nossa fé e o modo como praticamos o cuidado ambiental.

A Ignatian Solidarity Network (ISN) é uma rede de justiça social que reúne universidades, colégios, paróquias, junto com diversas outras instituições católicas e parceiros seculares. Fundada em 2004, a rede se inspira na espiritualidade de Santo Inácio de Loyola.

A reflexão de hoje foi escrita por Jaime Tatay, SJ, padre jesuíta e engenheiro florestal, atualmente vivendo em Madri, Espanha. É doutorando em ética social e está envolvido com a pastoral universitária. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

Somos zeladores da vinha, não proprietários.

Sempre que ouvimos uma parábola, muitas explicações razoáveis vêm à nossa mente. Os biblistas nos ajudam a resolver todos os diferentes significados e a nos dar uma resposta plausível para a intenção de Jesus "sob a parábola". No entanto, e esta é a grandeza das parábolas, qualquer resposta individual está sempre aberta a novas interpretações.

Então, vamos exercer a nossa imaginação e imaginar o que a parábola dessa sexta-feira (Mateus 21, 33-43.45-46) pode significar hoje, para nós, à luz de uma crescente degradação de muitos dos ecossistemas da Terra:

Quem é o proprietário da terra, aquele que plantou a vinha? Para um fiel, a resposta é óbvia: Deus, o Criador, que nos fez cuidadores da Sua vinha.

E todos aqueles mensageiros que tentam dizer algo a nós, os inquilinos?

Deixe-me adivinhar: eles são aqueles que nos dizem quem somos: zeladores da vinha, não proprietários.

Todas vezes em que matamos o mensageiro, aquele que nos diz quem realmente somos, estamos destruindo tanto o dom da Criação quanto traindo a nós mesmos.

Questões para reflexão:

  • Como eu entendo a mim mesmo? Sou um proprietário ou um convidado a esta Terra?
  • Quem são, à luz de um planeta cada vez mais ferido, os mensageiros? Posso ouvir a sua mensagem de cura e de reconciliação com a Criação?