06 Março 2015
O especialista em Políticas Públicas Aldem Bourscheit defendeu há pouco a revisão do atual Código Florestal Brasileiro para reestabelecer limites maiores de proteção de nascente e cursos de rio no País. A medida foi defendida anteriormente pelo deputado Sarney Filho (PV-MA), em comissão geral realizada no Plenário da Câmara dos Deputados.
A reportagem é de Murilo Souza, publicada pela Agência Câmara Notícias, 05-03-2015.
“No campo da política pública, a implantação do novo Código Florestal foi um retrocesso no que se refere à proteção de nascentes, beiras de rio e cursos d’água”, disse Bourscheit.
Coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica, Maria Luisa Ribeiro ressaltou a destruição do bioma Mata Atlântica que, segundo ela, tem apenas 8% de remanescentes florestais, como uma das causas da escassez de água. “Recuperar a Mata Atlântica, devolver essas áreas de solo erodido, custaria caro, precisaríamos de R$ 25 bilhões para conter só a degradação de corpos d’água e de mananciais”. Ela disse ainda que a crise não é apenas de escassez, mas de qualidade da água. “Precisamos despoluir, investir em saneamento e reinvestir no desmatamento zero”, completou.
O diretor-presidente da Agência Nacional de Aguas (ANA), Vicente Andreu, acrescentou que a crise hídrica é uma oportunidade para a sociedade dar a devida prioridade para a “agenda da água”, para que a segurança hídrica da população seja permanente. Segundo ele, as sugestões dadas durante a crise devem ser implementadas para que os impactos da falta de chuvas não tenham mais a mesma dimensão que estão tendo agora.
Sabesp
Já o presidente do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo, Murilo Pinheiro, criticou a distribuição de dividendos pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo) neste momento em que o estado passa pela maior crise de abastecimento de água de sua história. “A Sabesp deveria investir seu lucro para enfrentar a crise, tratando de forma séria esse insumo essencial que é a água”, afirmou.
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Especialista diz que novo Código Florestal retrocedeu na proteção de nascentes - Instituto Humanitas Unisinos - IHU