''Renovando a face da Terra'': esta terra ainda é a nossa casa

Mais Lidos

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

23 Fevereiro 2015

Em preparação para a Páscoa, os jesuítas da rede Ignatian Solidarity Network (ISN) estão oferecendo uma série de reflexões quaresmais em torno do tema Renewing the face of the Earth (Renovando a face da Terra).

Veja abaixo, na sessão "Para ler mais", as outras partes dessa série.

Autores de todo o mundo oferecem breves reflexões a partir de suas experiências de cuidado da criação e das leituras do dia. Essas reflexões diárias examinam a nossa fé e o modo como praticamos o cuidado ambiental.

A Ignatian Solidarity Network (ISN) é uma rede de justiça social que reúne universidades, colégios, paróquias, junto com diversas outras instituições católicas e parceiros seculares. Fundada em 2004, a rede se inspira na espiritualidade de Santo Inácio de Loyola.

A reflexão de hoje foi escrita por Brian O'Donnell, SJ, secretário-executivo da Conferência Católica da Virgínia Ocidental, nos Estados Unidos, lutando por questões de justiça social. Foi professor da University of Detroit Mercy e da Wheeling Jesuit University. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

Há 40 anos, neste mês de fevereiro, o Wheeling College testemunhou a divulgação de um documento notável: "Esta terra é uma casa para mim. Uma carta pastoral sobre a impotência em Appalachia dos bispos católicos da região".

A carta inspirava-se em uma série de sessões de audição realizadas por todas as montanhas no ano anterior, em que todos os tipos de pessoas falaram sobre as suas esperanças e os seus medos.

A união dessas testemunhas ao testemunho da Escritura e aos ensinamentos de justiça social da Igreja criou um documento profético, que captou a imaginação dos fiéis no mundo todo.

A letra narra o conto dos habitantes das montanhas que "amam a liberdade e a beleza da natureza", encontrando-se cada vez mais nas malhas de um sistema industrial "que produzia por amor à produção e tentava treinar as pessoas a consumirem por amor ao consumo".

Em Appalachia, o epítome desse Ídolo da "maximização do lucro" foi o Rei Carvão, com o seu impacto sobre a sociedade e a natureza. As lutas dos povos da montanha, inspiradas no "messias dos pobres", contra esse Ídolo fazem de Appalachia um símbolo para os sofrimentos da gente simples em todos os lugares, para a sua resistência contra a desumanização e a destruição.

Os bispos concluem a sua carta com esta afirmação retumbante:

Pois são as coisas frágeis deste mundo
que parecem loucura
que o Espírito toma
e assume como próprias.
O sonho da luta das montanhas,
o sonho da simplicidade
e da justiça,
assim como tantas outras visões reprimidas,
é, acreditamos nós,
a voz do Senhor no meio de nós.

Questões para reflexão:

  • Nas minas de carvão dos Apalaches, a inter-relação daquilo que o Papa Francisco chama de "ecologia humana" e "ecologia natural" é manifesta. Ambas sofrem. Isso também é verdade para a sua região?
  • Qual é o sonho e a luta de onde você mora?