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Augé, Žižek e a velha polêmica sobre o multiculturalismo

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11 Agosto 2016

Os massacres dos "lobos solitários", no fundo, revelam-se como uma forma de integração na nossa sociedade: produtora e exportadora de violência, até mesmo de massa, às vezes até de marca terrorista e na forma de massacres de populações indefesas. Uma violência que, muitas vezes, é mascarada e banalizada sub specie de guerra humanitária, operações cirúrgicas, drones inteligentes, exportação da democracia, guerra ao ISIS e assim por diante.

A opinião é da antropóloga, escritora e ativista italiana Annamaria Rivera, em artigo publicado no jornal Il Manifesto, 09-08-2016. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Segundo ela, "a condição de solidão e conexão ajuda a favorecer o processo que leva as personalidades perturbadas, mas muitas vezes secularizadas, de agressores mais ou menos isolados a encontrar no Daesh o único código que pode "dizer" e fazer agir o próprio ressentimento. Quase extinta ou, ao menos, desvigorada a utopia da redenção coletiva mediante lutas e reivindicações em massa, o único mito milenar acessível em escala planetária continua sendo o funesto e mortífero, criminoso e totalitário do autointitulado Califado".

Eis o texto.

Com os atentados terroristas, voltou ao auge a condenação do "politicamente correto", do relativismo cultural, sobretudo do multiculturalismo. Vituperado, este último, não só por alguns estudiosos britânicos (et pour cause), mas também por alguns intelectuais franceses, incluindo o ilustre Marc Augé, em uma entrevista concedida no dia 16 de maio passado, a Luca Mastrantonio.

Porém, Augé é um antropólogo muito refinado, de modo que deveria ser do seu conhecimento que o modelo chamado de multiculturalista não é alheio à tradição francesa, que sempre o preferiu ao assimilacionista, ao menos em teoria. No mínimo, era de se esperar, do teórico dos não lugares e da surmodernité, a referência, batida e banal, ao "nosso modo de vida". Porém, em relação ao massacre do Bataclan, ele responde naquela entrevista que "os terroristas quiseram atingir o estilo de vida dos parisienses". Querendo fazer ironia, se poderia objetar que, entre os estilos de vida parisienses, já é bastante visível o dos sem-teto, cada vez mais numerosos também nos arrondissements mais centrais; e que, entre eles, não são poucos os franceses de souche.

Alguns chegam até a dar por descontado que o modelo multiculturalista foi aplicado "nas últimas décadas" na Europa inteira, quando deveria ser bem conhecido que os chamados modelos de integração são bastante variáveis de país para país. Correndo o risco de ser didática, lembro que o modelo multiculturalista é predominante no Reino Unido, na Suécia e na Holanda. Indicado também como "de integração coletiva", porque reconhece às minorias direitos coletivos, acima de tudo o direito à expressão da cultura de origem na esfera pública.

Tal modelo é normalmente diferenciado, por oposição, ao chamado "à francesa", que, em teoria, reconhece apenas direitos individuais universais. Na realidade, os dois produziram efeitos sociais comparáveis: discriminação, marginalização, segregação urbana, às vezes estigmatização e consequentes reações identitárias por parte de grupos minoritários ou, como se diz, "de origem imigrante".

É sabido, para nos limitarmos a alguns exemplos franceses, que, nos processos de seleção de trabalho, basta um sobrenome árabe para ser excluído; e que é habitual a prática policialesca dos controles com fase nas faciès, com consequentes "manchas" repressivas: provavelmente, foi em uma dessas que morreu, no dia 19 de julho, o jovem Adama Traoré, de 24 anos, detido com base na faciès, justamente, e que saiu como cadáver da delegacia de Persan (Val-d'Oise).

Na época, criticamos abundante e severamente o multiculturalismo, assim como o universalismo particularmente à francesa (veja-se, por exemplo, L’imbroglio etnico, de R. Gallissot, M. Kilani, A. Rivera, cuja primeira edição é de 2001). Mas desempoeirar, hoje, essa polêmica, inconscientes do aprofundado debate de 20 anos que se desenvolveu principalmente na França, é funcional à tese para a qual os "valores ocidentais" deveriam ser impostos aos migrantes e aos refugiados, além dos seus filhos e netos.

"O estilo de vida da Europa ocidental é o preço a pagar pela hospitalidade europeia", escrevia Slavoj Žižek há alguns meses. Acrescentando que os "refugiados", não devidamente definidos, devem ser educados à sua liberdade, porque – afirmava ele em um longo artigo posterior – eles "vêm de uma cultura incompatível com as noções de direitos humanos da Europa ocidental".

Note-se o "de uma cultura", que ecoa, talvez involuntariamente, o "the West and the Rest", de Samuel P. Huntington. Porém, a parte preponderante dos refugiados atuais são de nacionalidade síria e pertencem especialmente à pequena e média burguesia, predominantemente de cultura laica e "moderna".

Desse modo, Žižek condensa o pensamento paternalista, no fundo reacionário, da superioridade cultural e moral do Ocidente. Como se o chamado Ocidente não fosse um campo muito largo, que inclui tanto os centros financeiros internacionalizados, pela sua própria natureza atópicos, quanto os xeques ligados ao negócio do petróleo e os interesses e estratégias que eles perseguem. E como se o terrorismo jihadista (takfirista, melhor dizendo), bem longe de ser o resultado de um choque mortal entre duas civilizações, não fosse o fruto de interesses e cumplicidades transversais, e não tivesse nada a ver com as dinâmicas próprias do imperialismo, do neocolonialismo, da própria globalização.

Quanto aos "nossos valores" – dos quais, em primeiro lugar, Žižek coloca, não por acaso, o respeito pelos direitos das mulheres, que seriam vilipendiadas pelos "outros", e somente por eles – poderíamos aconselhá-lo a se debruçar sobre a violência sexista e os feminicídios mais do que cotidianos que são consumados na Itália e não só. Cometidos, na maioria dos casos, por cidadãos europeus de souche e cada vez mais frequentemente realizados de acordo com modalidades arcaicas: por agressões com ácido até os assassinatos com fogo.

Na Itália, os "nossos valores" são bem exemplificados, ainda que de forma extrema, por aquele exemplo de tolerância e respeito pelo gênero feminino que é Matteo Salvini: imaginem que clamor e que condenações bem mais duras se seguiriam se alguém levasse para um palco uma boneca inflável, apontando-a para o ludibrio público como se fosse a sósia de outra chefe de Estado como Laura Boldrini [presidente da Câmara dos Deputados italiana]?

Mudando o ponto de vista costumeiro, poderíamos dizer, com um paradoxo, que os massacres dos "lobos solitários", no fundo, revelam-se como uma forma de integração na nossa sociedade: produtora e exportadora de violência, até mesmo de massa, às vezes até de marca terrorista e na forma de massacres de populações indefesas. Uma violência que, muitas vezes, é mascarada e banalizada sub specie de guerra humanitária, operações cirúrgicas, drones inteligentes, exportação da democracia, guerra ao ISIS e assim por diante.

E, depois, há a familiarização com a violência favorecida pela mídia e pela enorme difusão do digital, mas também pelo consumo em massa de videogames de brutalidade extrema. O sociólogo e antropólogo Georges Balandier, ainda em um livro de 1988, traduzido pela editora Dedalo em 1991 (Il Disordine. Elogio del movimento, introduzido e editado por esta que escreve), defendia que o terrorismo, nas suas formas atuais, pode assumir uma existência política e se expandir, sobretudo, graças à enorme capacidade de comunicação e dramatização espetacular permitida pelas redes midiáticas. Ele também é, acrescentava Balandier, uma proclamação de niilismo que se alimenta do vácuo da sociedade moderna e prospera no espaço urbanizado desprovido de qualquer margem.

Essa é a condição de solidão e conexão, se poderia dizer, em alguns aspectos já descrita por Guy Debord em A sociedade do espetáculo, que ajuda a favorecer o processo que leva as personalidades perturbadas, mas muitas vezes secularizadas, de agressores mais ou menos isolados a encontrar no Daesh o único código que pode "dizer" e fazer agir o próprio ressentimento. Quase extinta ou, ao menos, desvigorada a utopia da redenção coletiva mediante lutas e reivindicações em massa, o único mito milenar acessível em escala planetária continua sendo o funesto e mortífero, criminoso e totalitário do autointitulado Califado.


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