Por: Jonas | 02 Agosto 2016
“Se vocês tiverem memória e se tiverem coragem, serão a esperança para o futuro”. Em seu último encontro com os jovens da Jornada Mundial da Juventude, Bergoglio se reuniu com os voluntários do mundo todo que se ofereceram para garantir que o encontro mundial ocorresse sem problemas. Antes de se dirigir à Arena Tauron, onde o aguardavam cerca de 25.000 voluntários, o Papa se aproximou da sacada do arcebispado, pela última vez, para se despedir de uma pequena multidão que o esperava, e disse: “Muito obrigado pela calorosa acolhida destes dias. E agora, antes de ir, quero lhes dar a bênção. Mas, também quero lhes pedir que não se esqueçam de rezar por mim. Rezemos juntos à Virgem, cada um em sua própria língua”.
Fonte: http://goo.gl/Jw9XU3 |
A reportagem é de Pablo Lombo, publicada por Vatican Insider, 31-07-2016. A tradução é do Cepat.
Ao chegar à Arena Tauron, o Pontífice foi recebido com enorme alegria e entusiasmo, com músicas e coros por parte de rapazes e moças de todo o mundo que se esforçaram para acolher a todos os que participaram da XXXI Jornada Mundial da Juventude, em Cracóvia. Uma última festa multicolorida, exatamente o que o Papa havia pedido antes de voar a Cracóvia: “um mosaico de rostos diferentes, de povos e culturas unidos na misericórdia”. Após ouvir as saudações e os testemunhos dos representantes dos voluntários de todas as partes do mundo, Francisco disse em italiano: “Antes de retornar a Roma, sinto o desejo de encontrá-los e, sobretudo, de agradecer a cada um de vocês pelo esforço, generosidade e dedicação com a qual acompanharam, ajudaram e serviram a milhares de jovens peregrinos”.
O Papa não pronunciou o discurso que tinha preparado para a ocasião e improvisou estas palavras em espanhol:
“E assim eu escrevi este discurso, não sei se é bonito ou feio. Cinco páginas. Um pouco enfadonho. Mas, disseram-me que eu posso falar em qualquer língua, pois todos têm tradutor. Certo? Falo em espanhol?
Esta preparação de uma Jornada Mundial da Juventude é uma completa aventura, é se envolver em uma aventura e chegar e chegar, servir, trabalhar, fazer e depois se despedir. Primeiro a aventura, a generosidade. Eu quero agradecer a vocês, voluntários benfeitores, por tudo o que fizeram. Quero lhes agradecer pelas horas de oração que fizeram. Porque eu sei que esta Jornada se deu com muito trabalho e muita oração. Obrigado aos voluntários que dedicaram tempo à oração para que pudéssemos levá-la adiante. Obrigado aos sacerdotes que os acompanharam. Obrigado às religiosas que os acompanharam, aos consagrados, e obrigado a vocês que se envolveram nesta aventura, com a esperança de ir adiante.
O bispo, quando fez a apresentação, disse-lhes um, não sei se irão compreender a palavra, um piropo. Compreenderam? Disse-lhes: vocês são a esperança do futuro. E é verdade, mas com duas condições: querem ser esperança para o futuro ou não? Com duas condições.
A primeira condição é ter memória. Perguntar-me de onde venho, a memória de meu povo, de minha família, de toda a minha história. O depoimento da segunda voluntária estava repleto de memória. Memória de um caminho cursado, memória do que recebi de meus anciãos. Um jovem sem memória não é esperança para o futuro. ‘Padre, e como faço para ter memória? Conversará com seus pais, com os idosos, sobretudo conversará com seus avós. De tal maneira que se você quer ser esperança para o futuro, precisa receber a tocha de seu avô ou de sua avó. Vocês me prometem que para preparar Panamá [a próxima Jornada Mundial] conversarão com os avós? E se os avós já foram para o céu, conversarão com os anciãos? E os questionarão. Perguntem a eles. São a sabedoria de um povo.
Então, para ser esperança, a primeira condição é ter memória. Vocês são a esperança para o futuro, disse o bispo. Segunda condição. Se sou esperança para o futuro e tenho memória do passado, fica-me o presente. O que tenho que fazer no presente? Ter coragem. Ser corajosos. Não se assustar. Ouvimos o depoimento, a despedida deste nosso companheiro a quem o câncer venceu. Gostaria de estar aqui e não chegou, mas teve a coragem de enfrentar e de continuar lutando, mesmo na pior das condições. Hoje, esse jovem não está aqui, mas esse jovem semeou esperança para o futuro.
Para o presente: coragem, valentia, coragem. E então, se vocês tiverem memória e se tiverem coragem, serão a esperança para o futuro. Está tudo bem claro? Eu não sei se estarei no Panamá, mas posso lhes assegurar uma coisa: que Pedro estará no Panamá e Pedro irá lhes perguntar se conversaram com os avós, se tiveram coragem para enfrentar as situações para semear o futuro, e a Pedro irão responder. Obrigado, obrigado por tudo”.
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“Um jovem sem memória e sem coragem não é esperança para o futuro”, afirma Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU