Vaticano promove bispo que experimentou a vida dos sem-teto

Mais Lidos

  • “O capitalismo do século XXI é incapaz de atender às necessidades sociais da maioria da população mundial”. Entrevista com Michael Roberts

    LER MAIS
  • Zohran Mamdani está reescrevendo as regras políticas em torno do apoio a Israel. Artigo de Kenneth Roth

    LER MAIS
  • Guiné-Bissau junta-se aos países do "cinturão de golpes militares" do Sahel e da África Ocidental

    LER MAIS

Assine a Newsletter

Receba as notícias e atualizações do Instituto Humanitas Unisinos – IHU em primeira mão. Junte-se a nós!

Conheça nossa Política de Privacidade.

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

14 Julho 2016

Caminho largo para os bispos da ralé. A Igreja, de três anos para cá, lentamente está mudando seu rosto. Na medida em que os bispos se retiram, nas dioceses, ao atingir 75 anos, o Papa os substitui por candidatos de ruptura, pastores próximos de seu modo de agir, que como ele querem construir um hospital de campo, mais abertos às pessoas, acolhedor dos marginalizados, propensos a um diálogo de 360 graus, capazes de derrubar barreiras culturais ou ideológicas. Em síntese, mais ousados e menos conformistas. A última nomeação que vai nesse sentido diz respeito ao Canadá, à cidade de Regina. Para preencher a sede vacante foi nomeado um jovem bispo, Donald J. Bolen, conhecido por ter tentado viver como um sem-teto por três dias, entrando na fila para as refeições, pedindo esmolas, dormindo em abrigos improvisados, confraternizando com os outros sem-teto de Saskatoon, cidade canadense de 200.000 habitantes, onde os verões são quentes e os invernos podem chegar também a 50 graus negativos. Bolen, daqueles dias, trouxe uma experiência que pode mudar sua vida. "Compreendi muitas coisas".

A reportagem é de Franca Giansoldati, publicada por Il Messaggero, 13-07-2016. A tradução é de Ramiro Mincato.

Em resumo, o identikit do bispo "modelo" é o padre callejero, o padre de rua, aquele que não tem medo de sujar as mãos para mergulhar na realidade circundante, abandonando, se necessário, as certezas da torre de marfim.

A orientação do Bergoglio fora clara, desde o início, também na Itália, com a nomeação de Galantino, que de bispo de Cassano, perto do mar Jônico, encontrou-se ocupando o cargo de secretário da Conferência do Episcopado Italiano - CEI. Catapultado da periferia para o centro, de uma hora para outra. Um que nunca se fez chamar de "excelência", mas simplesmente D. Nunzio, que sempre viajou em segunda classe ou dirigia seu velho carro popular. Depois, foi a vez dos novos arcebispos de Bolonha e Palermo. Dois exemplos bem esclarecedores. Também ali, uma surpresa pelo perfil dos escolhidos. O novo bispo de Palermo, Corrado Lorefice, antes, um desconhecido padre siciliano, que escreveu um livro sobre a Igreja dos pobres de acordo com o Concílio Vaticano II.

Para Bolonha, também, Bergoglio nomeou Matteo Zuppi, ex-bispo auxiliar de Roma, com uma larga história de empenho para com os pobres e para com a paz na África. No verão passado enviou para Pádua um padre de Mântua, Claudio Cipolla, mais uma vez pescando fora da região eclesiástica do Triveneto e dos nomes propostos. A ideia do Papa é embaralhar as cartas, desencorajar o carreirismo e as ambições de quem espera, com um salto, chegar à cor roxa do episcopado, ou seja, em resumo, numa Igreja turbinada 3.0.