Matteo Zuppi, um bispo fora do comum

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08 Julho 2016

Matteo Maria Zuppi, arcebispo de Bolonha desde outubro de 2015, 60 anos, obteve o bacharelado em Teologia na Lateranense e se formou em Letras e Filosofia na Universidade de Roma, com uma tese sobre história do cristianismo. Ele está entrando no coração de muitos, porque se faz próximo das pessoas. É um daqueles que responde aos critérios do Papa Bergoglio: um bispo pai e irmão, que abraça a todos, manso e misericordioso; não ambicioso, amante tanto da pobreza interior quanto da exterior, sem uma psicologia de "príncipe da Igreja".

A reportagem é de Mario Chiaro, publicada no sítio Settimana News, 07-07-2016. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Por ocasião da festa de São Tomás de Aquino, copadroeiro da Faculdade Teológica da Emilia-Romagna, Dom Zuppi, grão-chanceler da faculdade, concedeu uma entrevista sobre "Teologia, Igreja local e evangelização".

Ouvindo-a tranquilamente, emergem algumas características teológicas e culturais muito interessantes para dizer continuidade e descontinuidade.

A primeira característica se refere à relação entre teologia e pastoral na Igreja local. No passado, essa relação, infelizmente, tomou também caminhos divergentes, se não paralelos. De acordo Zuppi, a evangelização, hoje, requer uma teologia como reflexão sobre conteúdos e instrumentos (caso contrário, corre-se o risco da "praticaria" e da superficialidade) e, ao mesmo tempo, a teologia requer um debate com a pastoral, para não se tornar uma mera reflexão teórica e acadêmica. Uma leitura autêntica e profunda da humanidade e uma teologia que consiga interpretar a história são sinergias essenciais para o futuro da Igreja.

A segunda característica é o tema da teologia da evangelização. Estamos no rastro da Igreja missionária do Papa Francisco. Essa é uma constante das últimas décadas da reflexão em Bolonha, e se entrevê a possibilidade de reencontrar sobre esse tema um novo impulso. É preciso sempre escolher a via da misericórdia e não, diria o Papa João XXIII, aquela que recorre às armas do rigor. Em situações difíceis, pensa-se que o rigor evita as ambiguidades, e o remédio da misericórdia se presta, em vez disso, a muitas ilações: de acordo com o arcebispo, no entanto, justamente a teologia deve ajudar a se libertar do rigor inútil e que afasta, mostrando como a terapia da misericórdia é mais envolvente e exigente do que um forte rigorismo!

A terceira característica é o envolvimento com a história da humanidade. A Faculdade Teológica deve ficar dentro dessa história: se ela se isolar, corre o risco de se esvaziar. Trata-se de um grande desafio. Pensemos no grande tema da integração, do tipo de humanização em mudança continuamente veloz, de uma cidade cada vez mais no plural, da casa comum de acordo com a Laudato si'. Muitos desafios... só o humanismo permite que a Igreja respire e faça as pessoas respirarem.

Depois de salientar a atualidade no pensamento de São Tomás (nada é inatingível à reflexão individual, tudo o que é humano é alcançável por uma verdadeira teologia), Dom Zuppi partilhou a sua biblioteca pessoal da qual brotou, ao longo dos anos, a sua formação e inspiração. Acima de tudo, os Padres da Igreja antiga, que falam também hoje; toda a reflexão pós-conciliar com o qual ele cresceu; toda a produção mais alta dos homens que prefiguraram o Concílio (ele citou em particular Mazzolari: teólogo e pastor). Depois, é necessário se deparar com a reflexão que surge das ciências humanas, não para descontextualizar a própria reflexão, mas inseri-la na encarnação do Evangelho.

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