Por: Jonas | 20 Abril 2016
Dirigentes das cinco centrais sindicais [argentinas] se reuniram com os bispos da Pastoral Social, com os quais conversaram sobre as demissões e o aumento dos preços. O encontro aconteceu dias antes das três CGT (Confederações Gerais do Trabalho) e as duas CTA (Centrais de Trabalhadores da Argentina) realizarem uma grande marcha unitária contra as medidas de ajuste do governo de Mauricio Macri. O vice-presidente da Pastoral Social, Jorge Casaretto, fez um gesto de apoio à unidade das centrais e ressaltou que a Igreja compartilha com as associações a preocupação com os “direitos dos trabalhadores, a inclusão social e os jovens”.
A reportagem é publicada por Página/12, 19-04-2016. A tradução é do Cepat.
A reunião – um café da manhã de trabalho realizado na sede de Azopardo 802 – fez parte do calendário de encontros que a Igreja faz todos os anos, de maneira prévia à convocação da Semana Social, que desta vez acontecerá em Mar del Plata, entre os dias 20 e 21 de maio. No entanto, o cenário de unidade sindical diante das demissões trouxe outra repercussão.
No edifício da CGT Azopardo estiveram presentes seu titular Hugo Moyano, Antonio Caló (CGT Alsina) e Hugo Yasky (CTA dos Argentinos), ao passo que Luis Barrionuevo (CGT Azul e Branca) e Pablo Micheli (CTA Autónoma) enviaram representantes.
Também participaram Sergio Palazzo (bancários), Gerardo Martínez (Uocra), Juan Carlos Schmid (Confederação do Transporte), Roberto Baradel (docentes), Claudio Marín (telefônicos), Gerónimo Venegas (Uatre), Omar Plaini (Jornaleiros) e Andrés Rodríguez (UPCN), entre outros.
Representando a Pastoral Social, além de Casaretto, estiveram presentes o bispo Fernando Maletti e o sacerdote Luis Lagazio, assessor eclesiástico dos Novos Dirigentes, entre outros.
Os temas centrais foram três: demissões, inflação e o problema do narcotráfico e das drogas, trazido à mesa em razão das mortes por intoxicação, ocorridas durante o fim de semana, na festa de música eletrônica de Costa Salguero.
Neste marco, Caló se mostrou “preocupado” com o aumento dos preços e tarifas e disse que as medidas sociais anunciadas pelo presidente Mauricio Macri, no sábado, “são paliativos, mas não resolvem”. O bancário Palazzo concordou em qualificar como “exíguo” o prometido pelo governo de Mudemos, ao mesmo tempo em que o secretário adjunto da CTA Antónoma, José Rigane, disse que no encontro se expressou a reivindicação comum de “acabar com o ajuste econômico”.
“A importância do encontro de ontem reside na possibilidade de incorporar um ator como a Pastoral Social à tentativa de construir um consenso contra o ajuste que o governo está aplicando na Argentina”, destacou por sua parte Yasky, que confirmou que as cinco centrais operárias mobilizarão a marcha do dia 29 de abril contra as demissões.
Fontes da Pastoral Social valorizaram a representação das cinco centrais e qualificaram o encontro como “excelente” e com um “nível de diálogo e compromisso muito alto”.
Os bispos deram sinais de apoio da Igreja à busca de unidade sindical. “A relação entre a Igreja e o mundo do trabalho é histórica. Deste modo, nós nos unimos ao Papa Francisco na construção real da cultura do encontro. A Semana Social está à disposição de vocês para apresentar a unidade na qual já estão trabalhando”, disse Casaretto, durante o encontro. O bispo Maletti disse que o Papa Francisco “nos pede para ser um hospital de campanha e ir às fronteiras”. Nesse sentido, considerou que a reunião foi “uma contribuição ao país”.
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Uma benção para as centrais operárias argentinas - Instituto Humanitas Unisinos - IHU