19 Abril 2016
Uma prova de fogo do fanatismo que contamina as religiões (mas não só) é justamente ausência de humorismo, sem falar da autocrítica. A ironia (e não o insulto vulgar) é indício de inteligência em distinguir o bem e o mal com equilíbrio e não a golpes de espada.
A opinião é do cardeal italiano Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, em artigo publicado no jornal Il Sole 24 Ore, 17-04-2016. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis o texto.
Eu nunca vi um fanático religioso ter senso de humor. Nem uma pessoa com senso de humor se tornar um fanático. Ele nasceu em Jerusalém em 1939; é, portanto, um judeu sabra (isto é, "nativo" de Israel) e – como diz esse vocábulo que é, porém, árabe – é espinhoso como um "figo da Índia" e crítica à política do seu próprio país.
Estamos falando de Amos Oz, escritor israelense traduzido também ao italiano, ao qual me confiei para uma pungente reflexão sobre o fanatismo.
Uma prova de fogo dessa síndrome que contamina as religiões (mas não só) é justamente ausência de humorismo, sem falar da autocrítica. A ironia (e não o insulto vulgar) é indício de inteligência em distinguir o bem e o mal com equilíbrio e não a golpes de espada.
Ionesco, nas suas Notas e contranotas, escrevia: "Onde não há humor, não há humanidade; onde não há humor, há o campo de concentração".
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O fanático e o senso de humor. Artigo de Gianfranco Ravasi - Instituto Humanitas Unisinos - IHU