14 Dezembro 2015
O estudo apresentado revela que a implementação de programas de eficiência energética, pouco contemplados nas INDCs, poderia proporcionar grande economia aos países da América Latina.
A reportagem foi publicada por Envolverde, 10-12-2015.
Estudo inédito, divulgado hoje em Paris, evidencia que somente Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e Peru têm um potencial de eficiência energética de 20% até 2032, o que equivale a redução de 2 bi toneladas de CO2 na atmosfera.
Ainda há mais de 1,3 bilhão de pessoas sem acesso à energia no mundo, informou a vice-presidente da Schneider Eletric para a América do Sul, Tania Cosentino, na manhã desta quinta-feira, 09, durante evento paralelo à COP 21, em Paris – uma iniciativa da Schneider com o apoio do Diálogo Energético e do World Businesss Council for Sustainable Development (WBCSD), representado no Brasil pelo CEBDS.
“Gerar desenvolvimento e levar energia a todos e, ao mesmo tempo, proteger o planeta, é um grande desafio”, disse Tania Cosentino durante painel sobre “Como a América do Sul está enfrentando o dilema da energia – uma análise do que os países estão levando à COP 21”, do qual a presidente do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Marina Grossi, foi mediadora.
O estudo apresentado revela que a implementação de programas de eficiência energética, pouco contemplados nas INDCs, poderia proporcionar grande economia aos países da América Latina. Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e Peru têm um potencial de eficiência energética de 20% até 2032. Isso equivaleria a uma redução de 2 bilhões de toneladas de CO2 equivalentes na atmosfera e a uma economia de US$ 2,8 trilhões. Esse valor é duas vezes o investimento necessário, de acordo com o Banco Mundial, para prover acesso à energia a 1,1 bilhão de pessoas que vivem na escuridão no mundo.
Em termos de demanda de energia, o potencial de economia nestes países poderia alimentar a Colômbia por quatro anos, sem a necessidade de investimentos em infraestrutura e distribuição.
Marina Grossi destacou o papel do setor empresarial, que segundo ela será fundamental para a implementação das metas voluntárias de redução de gases de efeito estufa (INDCs) apresentadas pelos países às Nações Unidas. “Para alcançar esses objetivos, são muito importantes as iniciativas locais e internacionais como as Parcerias de Tecnologias e Baixo Carbono (LCPTi), a Coalizão Brasil, Clima, Floresta e Agricultura e o Conselho de Líderes do CEBDS – este último trabalha para garantir um diálogo de alto nível com o governo e a apresentação de propostas setoriais de baixo carbono do setor privado ao setor público”, afirmou.
Em seu conjunto, as soluções de negócios propostas pelo LCPTi poderão contribuir para viabilizar 65% das metas voluntárias de redução de gases de efeito estufa apresentadas pelos países às Nações Unidas (INDCs, na sigla em inglês). “Já existem tecnologias de baixo carbono disponíveis para alcançar a redução de 50% das emissões que precisamos”, acrescentou Tania.
Florestas mobilizam setores público e privado
Personalidades de destaque no mundo da sustentabilidade participaram, esta tarde, do evento “From source to sink: mobilizing public policies and private investments for forest restoration and reforestation in Brazil”, organizado pelo Ministério do Meio ambiente (MMA), na Embaixada do Brasil em Paris. A presidente do CEBDS, Marina Grossi, mediou as discussões sobre a importância das florestas no combate às mudanças climáticas.
Papel das empresas é destaque em evento do NY Times na COP
O papel das empresas na cadeia de fornecimento, desde o desenvolvimento de tecnologias de baixo carbono até a conscientização e engajamento dos consumidores, foi destaque ontem e hoje no “Internacional New York Times Energy for Tomorrow”. O evento paralelo à COP 21 contou com a participação de diversos CEOs e chairmans de companhias de companhias de diversos setores e regiões, informa Keyvan Macedo, gerente de Sustentabilidade da Natura.
As discussões mostraram que o grande destaque da COP 21 é o envolvimento significativo do setor privado, que vai implementar a economia de baixo carbono e o governo tem o poder para catalisar esse processo através de políticas públicas. Os principais destaques foram: consumo responsável, carros elétricos mais acessíveis, Mudanças climáticas e migrações e Justiça Social Climática.
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COP 21: 1,3 bilhão de pessoas ainda vivem na escuridão - Instituto Humanitas Unisinos - IHU