06 Novembro 2015
Jovenel Moïse, do Partido Haitiano Tet Kale (PHTK), candidato do governo, e Jude Celestin, da Liga Alternativa para o Progresso e Emancipação do Haiti (Lapeh), foram os dois mais votados nas eleições do último dia 25 de outubro, segundo os resultados preliminares apresentados no final da tarde desta quinta-feira (05/11) pelo Conselho Eleitoral Provisório (CEP), e irão para o segundo turno, marcado para 27 de dezembro.
A reportagem é de Wálmaro Paz, publicada por Opera Mundi, 05-11-2015.
O presidente do CEP, Pierre-Louis Aupont, anunciou em uma entrevista coletiva de imprensa que Jovenel Moïse obteve 511.992 votos (32,81%); Jude Celestin conseguiu 394.390 (25,27%); Moïse Jean Charles, da Plataforma Petit Dessalines (filhos de Dessalines), fez 22.646 votos (14,27%) e Maryse Narcisse, de Fanmi Lavalas, 110.049 votos (7,05%).
A praça Saint Pierre, na capital haitiana, foi cercada por um forte dispositivo de segurança e, a conferência de imprensa contou com dezenas de jornalistas estrangeiros e locais.
Denúncias de fraude
Outros candidatos pedem uma recontagem dos votos por uma comissão independente. Segundo Moïse Jean Charles, houve fraudes no processo. Ele reclama também da baixa participação popular – apenas 25% dos eleitores aptos compareceram às urnas.
De acordo com o jornal da Academia de Kreyol do Haiti, as eleições custaram 45 milhões de dólares: US$ 13,8 milhões vieram do governo haitiano; US$ 6,7 milhões, da União Europeia; US$ 11,5 milhões, da USAID; US$ 5,3 milhões, do governo canadense; US$ 4,5 milhões, do governo japonês; e US$ 3 milhões, do governo brasileiro.
Os dois primeiros
Moïse Jovenel, candidato do partido do governo, é sócio do presidente Michel Martelly em uma plantação de bananas orgânicas exportadas para a Alemanha. É sua primeira participação em um processo político e, entre suas propostas, está a continuidade do modelo de estado mínimo e das políticas neoliberais atualmente em vigor no país.
Já Jude Celestin, da Lapeh, representa os interesses da elite comerciante haitiana, e tinha como mote de seu programa o desenvolvimento nacional. Ele é genro do ex-presidente René Preval, eleito duas vezes pelo Fanmi Lavalas. Ambos representam forças de direita e são aceitos pela comunidade internacional.
Nenhum deles, no entanto, explicou como fariam para tirar 65% da população haitiana de uma situação abaixo da linha da pobreza extrema. Suas propostas são voltadas para o desenvolvimento do turismo de inspiração caribenha e a atração de negócios estrangeiros.
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Candidato do governo e genro de ex-presidente vão disputar segundo turno no Haiti - Instituto Humanitas Unisinos - IHU