03 Novembro 2015
A gendarmaria do Vaticano prendeu o padre espanhol Lucio Vallejo Balda, secretário da prefeitura de assuntos econômicos da Santa Sé, e Francesca Chaouqui, uma especialista italiana em redes de comunicação e sociais, acusados de roubo e divulgação de documentos confidenciais sobre a reforma econômica da Santa Sé. Segundo uma nota oficial do Vaticano, os documentos vazados aparecerão em livros que serão publicados nos próximos dias. Trata-se, portanto, de um novo Vatileaks, o vazamento em massa de correspondência privada que levou à renúncia de Bento XVI.
A reportagem é de Pablo Ordaz, publicada por El País, 02-11-2015.
Tanto Vallejo Valda quanto Chaouqui faziam parte da comissão, agora dissolvida, para investigar os órgãos econômicos e administrativos da Santa Sé (COSEA). Na verdade, foi o sacerdote espanhol que, como secretário, propôs a nomeação de Chaouqui, que imediatamente despertou certa polêmica quando foi revelado que, em um passado recente, havia escrito mensagens no Twitter nas quais falava de uma suposta leucemia de Joseph Ratzinger, ou chamava o ex-secretário de Estado, Tarcisio Bertone, de "corrupto”. Questões sem muita importância em comparação com as acusações de agora. Tanto o sacerdote quanto a agente de relações públicas testemunharam durante o fim de semana diante da gendarmaria, já na condição de presos. Lucio Vallejo ainda está detido, e Chaouqui foi libertada na segunda-feira pela manhã, mas está “à disposição” da promotoria da Santa Sé.
De acordo com a nota do Vaticano, “assim como aconteceu no passado, os livros que serão publicados nos próximos dias são o resultado de uma grave traição da confiança depositada pelo Papa e, no que diz respeito aos autores, de uma operação para obter benefícios de um ato gravemente ilícito de entrega de documentação reservada". O Vaticano refere-se a dois livros, um intitulado "Avarizia" e outro "Via Crucis", que estarão à venda nos próximos dias. O autor de "Via Crucis" é Gianlugi Nuzzi, que em 2012 publicou "Sua Santidade: as cartas secretas de Bento XVI".
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Padre espanhol é preso por roubar documentos do Vaticano - Instituto Humanitas Unisinos - IHU