24 Setembro 2015
O cardeal Donald Wuerl, de Washington, um dos mais próximos conselheiros do Papa Francisco, vai acompanhar o seu chefe em uma curta visita aos EUA a partir dessa terça-feira à tarde.
A reportagem é de Kristi Ramsay e Daniel Burke, publicada no sítio da rede CNN, 23-09-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Como se pode imaginar, Wuerl tem diversos itens de planejamento na sua agenda, mas a CNN conseguiu que ele concedesse uma rápida entrevista na segunda-feira.
Eis a entrevista.
O discurso do Santo Padre ao Congresso na quinta-feira é um dos aspectos mais esperados da sua visita aos Estados Unidos. Quão profundamente o senhor acha que ele vai mergulhar na política dos Estados Unidos?
Eu suspeito que os temas que ele vai aborda podem ser familiares, os mesmos sobre os quais o ouvimos falar tantas vezes na Evangelii gaudium e na Laudato si'. Eu também suspeito que ele vai abordar isso como pastor, como líder espiritual. Ele pode apontar para certos problemas e para a nossa obrigação moral de resolvê-los, especialmente quando tocam os marginalizados. Mas eu ficaria muito surpreso se o Santo Padre propusesse quaisquer políticas ou leis práticas.
Um congressista j[a disse que planeja boicotar o discurso do Papa Francisco no Congresso, porque ele pode falar sobre as mudanças climáticas. Como o senhor responde a isso?
Ninguém realmente pode negar que existem sérios problemas [com o ambiente]. Ouvimos durante anos sobre a destruição da floresta tropical, as más condições das águas em todo o mundo e todas as terríveis fomes. O Santo Padre está dizendo que precisamos de olhar para isso e encontrar uma forma de ir ao encontro das necessidades dos seres humanos.
O congressista que fará boicote, que é católico, também disse: "Quando o papa opta por agir e falar como um político de esquerda, então ele pode esperar ser tratado como um". Como o senhor responde a isso?
Eu acho que o ponto de partida mais útil é enfrentar os problemas, em vez de abordar as supostas características de personalidade.
Que mensagem o Papa Francisco vai enviar ao canonizar Junípero Serra, o primeiro santo a ser canonizado em solo estadunidense e um "latino", na capital do país?
Há uma série de razões para que a canonização seja aqui: acima de tudo, é onde o Santo Padre vai estar, e nós temos o Santuário Nacional da Basílica aqui, assim como uma grande população de língua espanhola. Eu não acho que isso esteja direcionado a uma campanha política ou a candidatos específicos, mas certamente ninguém pode negar que, desde o início, remontando à descoberta da América, a língua espanhola faz parte da nossa história. Então, eu não vejo por que os hispânicos poderiam ser considerados retardatários.
Antes de encerrar, o que o senhor mais espera durante a visita papal?
Eu ouço de tantos jovens adultos que eles encontram no Santo Padre uma razão para reavaliar as suas vidas religiosas, que eles estão começando a ir à missa novamente e a se reconectar com a Igreja. Então, estou bastante animado com o impacto da sua visita.
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''Estou bastante animado com o impacto da visita papal.'' Entrevista com Donald Wuerl - Instituto Humanitas Unisinos - IHU