22 Setembro 2015
Cerca de 150 mil pessoas acompanharam a missa celebrada pelo papa Francisco nesta segunda-feira (21/09) na Praça da Revolução de Holguín, cidade situada a 800 km da capital Havana, de acordo com números do governo cubano. A quantidade de pessoas presentes no local equivale à metade dos habitantes de toda a cidade.
A reportagem é publicada por Opera Mundi, 21-09-2015.
Holguín é a segunda etapa da viagem do papa ao país caribenho. Com 300 mil habitantes, a cidade é uma das mais populosas de Cuba e nunca havia sido visitada por um pontífice.
Francisco chegou ao local em seu papamóvel e foi recebido por um coro de crianças, às quais felicitou e pediu que rezassem por ele. Ao fim da missa, Jorge Bergoglio cumprimentou o presidente cubano, Raúl Castro, que estava na celebração.
O pontífice também elogiou o papel que as "casas de missão" desempenham em Cuba perante a "escassez de templos e sacerdotes".
"Sei que com esforço e sacrifício a Igreja em Cuba trabalha para levar a todos, até nos lugares mais afastados, a palavra e a presença de Cristo. Uma menção especial merecem as chamadas 'casas de missão' que, perante a escassez de templos e de sacerdotes, permitem a tantas pessoas poder ter um espaço de oração, de escutar a Palavra, de ter acesso à catequese e de viver na comunidade", disse o pontífice perante uma multidão que assistia ao ato.
As casas de missão são uma iniciativa evangelizadora que nasceu na década 1970 e, embora não tenham sido valorizadas pelas autoridades de Cuba, nunca foram proibidas de existir. Em todo o país há atualmente 2.330.
Esses lugares celebram batismos, mantêm comunidades estáveis e realizam celebrações sistemáticas, por isso foram considerados pela Conferência de Bispos Católicos de Cuba como "uma das maiores fortalezas da Igreja".
Encontro com Fidel
Francisco se encontrou neste domingo (20/09) com o líder cubano Fidel Castro, em reunião a portas fechadas com duração de cerca de 40 minutos. Sobre o evento, o filho do ex-mandatário Alex Castro, único a fotografar a cena, disse que tudo transcorreu de maneira "muito familiar e relaxada", como se ambos "se conhecessem a vida toda".
Embora não tenha dado detalhes da conversa entre Francisco e Fidel, que se viram pessoalmente pela primeira vez, Alex Castro destacou que em sua atitude se vê que o papa é "muito humilde e próximo" e que ele gosta de "brincar" e quebrar o protocolo.
