21 Setembro 2015
Uma primeira família de refugiados foi acolhida em um apartamento do Vaticano, depois do apelo lançado há menos de duas semanas, no Ângelus, pelo Papa Francisco, que tinha convidado todas as paróquias, comunidades religiosas e santuários da Europa a hospedar uma família de refugiados. A notícia é da Esmolaria Apostólica, que também conta a entrada em serviço entre os refugiados romanos, regulares e irregulares, de um ambulatório móvel até agora usado para os eventos com o papa.
A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada no sítio Vatican Insider, 18-09-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
"Há alguns dias, a comunidade paroquial de Sant'Anna no Vaticano – informa o comunicado – acolheu uma família de refugiados, composta por pai, mãe e dois filhos. A família, de nacionalidade síria, vem da cidade de Damasco, de onde fugiu por causa da guerra. Ela entrou na Itália justamente no domingo quando o Santo Padre, ao término da oração do Ângelus, dirigiu o sincero apelo para acolher uma família em cada paróquia, comunidade religiosa, mosteiro e santuário. São cristãos de rito greco-melquita católico do Patriarcado de Antioquia."
Os quatro membros da família foram hospedados em um apartamento do Vaticano, nos arredores de São Pedro e, portanto, residem fora dos muros. "Foi imediatamente iniciado o procedimento – continua a nota – para o pedido de proteção internacional. Com base na lei de proteção internacional, nos primeiros seis meses após a apresentação do pedido de asilo, os requerentes não podem trabalhar. Nesse período, eles serão assistidos e acompanhados pela comunidade paroquial de Sant'Anna."
O Esmoleiro, o bispo Konrad Krajewski, explica: "Até a decisão italiana de reconhecer ou não o status de refugiados, não é possível fornecer outras informações que digam respeito a essa família. Portanto, justamente para protegê-los nesse caminho de reconhecimento, é oportuno que a mídia também respeite a sua vontade de não serem buscados e entrevistados".
Quanto à acolhida da segunda família por parte da outra paróquia vaticana, a de São Pedro, "não podemos agora dar nenhuma notícia até a conclusão dos requisitos necessários".
Nesse contexto "de caridade cristã para com as pessoas que fogem da guerra e da fome", continua o comunicado, "também vale a pena ressaltar que há muitos anos os pontífices, através da Esmolaria Apostólica, contribuíram com o pagamento das taxas para o lançamento da primeira autorização de residência para os refugiados por meio do Centro Astalli dirigido pelos jesuítas (em 2014 foram destinados 50.000 euros para esse fim). Além disso, a Esmolaria, sempre em nome do papa, ajuda cotidianamente inúmeras pessoas e famílias de refugiados, além de prover às primeiras necessidades, até mesmo sanitárias, para muitos centros de acolhimento situados em Roma".
Por fim, Dom Krajewski informa que "há alguns dias um moderno ambulatório móvel, doado há alguns anos ao papa e hoje reservado somente aos eventos por ele presididos, foi disponibilizado algumas vezes por semana para ajudar os refugiados nos centros de acolhimento, mesmo que não regulares, situados na periferia de Roma".
Os voluntários que prestam serviço são médicos, enfermeiros e guardas suíços; funcionários do Estado do Vaticano, da Universidade de Tor Vergata e membros da Associação do Instituto de Medicina Solidale Onlus.
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Ambulatório móvel do papa é posto à disposição dos refugiados - Instituto Humanitas Unisinos - IHU