23 Julho 2015
"Precisamos de todos para alcançar esses acordos." A afirmação é do presidente da República francesa, François Hollande, abrindo na manhã dessa terça-feira, 21, em Paris, o "Sommet des Consciences" para o clima, promovido em vista da conferência sobre as mudanças climáticas que será realizada em Paris de 30 de novembro a 11 de dezembro e da aprovação da Assembleia Geral das Nações Unidas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
A reportagem é da agência Servizio Informazione Religiosa (SIR), 21-07-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Entre os participantes do Summit de Paris que está sendo realizado na sede do Cese, estão o patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, o cardeal Peter Turkson, presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz, e o rabino David Rosen, diretor internacional de assuntos inter-religiosos do American Jewish Committee.
O objetivo "ambicioso" da Conferência de Paris – disse Hollande – é de alcançar um acordo que possa ser "global", que possa se aplicar "em toda a parte" e possa "ser respeitado". Mas, para fazer isso, acrescentou, precisamos "dos chefes de Estado e de governo", de "atores locais que se comprometam", de "empresas".
"E também precisamos dos cidadãos do mundo. Ninguém pode alegar que os representa. Eles são únicos e múltiplos, bilhões de indivíduos que se interrogam sobre o destino do ser humano. No entanto – acrescentou, dirigindo-se aos líderes religiosos –, em certo sentido, são vocês que os representam. Eles se reconhecem nas convicções que vocês expressam, nos cultos que vocês praticam, nas filosofias que vocês compartilham, nas culturas que vocês encarnam".
Por isso, "apelamos a todos aqueles que, no mundo, podem inspirar, podem comunicar, falar, expressar o que pensam sobre o que devemos fazer". "A ciência é preciosa – afirmou o presidente francês – e a ciência, hoje, nos indica que, se não se fizer nada, o planeta irá se aquecer com um nível e uma intensidade que podem tornar difícil a sobrevivência." O que está em jogo é grande e "obriga a mobilização e o empenho de todos".
Hollande recorreu então para às "autoridades morais e religiosas", para que ajudem os Estados a fazer um caminho de desenvolvimento futuro compatível com a natureza. E acrescentou: "Eu li a encíclica do Papa Francisco que propõe que todos os seres humanos entrem em diálogo com todos no que diz respeito à nossa casa comum. Esse texto oferece reflexões preciosas" sobre o tema da ecologia.
"Esta cúpula das consciências reconhece essa contribuição. Ela parte da constatação de que a crise climática e, mais amplamente, a crise ecológica não se reduzem a uma dimensão científica e tecnológica, econômica ou política, mas se trata de uma crise de sentido. A causa profunda da degradação ambiental e do clima se encontra no modo de viver, produzir, conservar, que não é mais compatível com o desenvolvimento humano."
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Hollande sobre a Cúpula de Paris: ''Precisamos de todos''. E cita o Papa Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU