A Conferência Internacional de Desenvolvimento Sustentável, que será liderada pelo presidente Rafael Correa e Jeffrey Sachs, diretor do Earth Institute e assessor do secretário da ONU, Ban Ki-moon, acontecerá em Quito nos dias 29 e 30 de junho, com o objetivo de contribuir com propostas para a conferência do clima de Paris e construir uma Rede Andina de Desenvolvimento Sustentável.

A reportagem é publicada por Andes, 26-06-2015. A tradução é de André Langer.

“A discussão que será feita esta semana (hoje e amanhã) no Equador se constituirá em insumo fundamental para o trabalho que o mundo inteiro está realizando com vistas à Conferência das Partes sobre a Mudança Climática de Paris em dezembro deste ano”, destacou o ministro coordenador de Conhecimento e Talento Humano, Andrés Arauz em coletiva de imprensa.

O evento acontecerá na sede da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), em Quito, com a presença de cientistas e pesquisadores de várias partes do mundo e delegados governamentais da Argentina, Colômbia, Chile, Bolívia, Panamá, Venezuela, entre outros países.

A conferência será aberta pelo secretário da Unasul, o colombiano Ernesto Samper, pelo presidente Rafael Correa e Jeffrey Sachs. Além disso, será transmitida uma mensagem do Papa Francisco, através de dom Marcelo Sánchez Sorondo, chanceler da Pontifícia Academia das Ciências e das Ciências Sociais do Vaticano, a propósito da recentemente publicada encíclica sobre a mudança climática do Sumo Pontífice.

Estão previstas conversas e painéis de soluções sobre agricultura, consequências do aquecimento global, redução de emissões de dióxido de carbono, gestão sustentável e uso de recursos naturais dos ecossistemas terrestres e marinhos, educação, indicadores, energia, políticas públicas e meio ambiente, entre outros, segundo explicou o espanhol Fernando Albericio, reitor da Yachay Tech, durante a coletiva de imprensa.

Destacou a presença de cientistas e responsáveis que trabalharam em temas de desenvolvimento e mudança climática.

“Dívida ecológica” e Rede Andina

Durante a conferência também está prevista a constituição e o lançamento da Rede Andina de Desenvolvimento Sustentável, que será presidida pelo Estado equatoriano e formada por universidades, centros de pesquisa, governos, empresas e sociedade civil que tragam soluções para o desenvolvimento sustentável.

“Esta cúpula representa a possibilidade de construir um pacto regional pela justiça ecológica, pela equidade intergeracional, um pacto regional para que a reflexão dessa academia se traduza em ações concretas”, e sejam implantadas pelos governos, assegurou, por sua vez, Héctor Rodríguez, gerente da Universidade Equatoriana do Conhecimento, Yachay.

Espera-se que os diferentes grupos de trabalho cheguem “a uma série de conclusões que serão sistematizadas e entregues como agenda de trabalho efetivo da Rede” que será criada.

No marco da conferência, o Equador buscará, além disso, incluir várias das propostas e temas trabalhados pelo governo para enfrentar a mudança climática, como a “dívida ecológica”, as emissões que deixaram de ser emitidas (de dióxido de carbono, por exemplo, ao deixar o petróleo sob a terra e não explorá-lo), entre outras.

“A dívida ecológica já foi quantificada e, segundo um recente estudo publicado este ano, chega-se a dimensionar que a dívida ecológica dos países do Norte para com o Sul é maior que a dívida financeira que os países do Sul têm para com o Norte”, indicou Arauz.

“Este será o início de um novo lançamento de uma ofensiva diplomática de caráter internacional para introduzir na agenda a dívida ecológica, agora mais ainda, com o apoio e o patrocínio do Papa Francisco, para que o tema seja discutido nos âmbitos internacionais, no marco das Nações Unidas e outros espaços para que esta dívida seja reconhecida”, acrescentou.