Por: Jonas | 29 Junho 2015
Nenhuma decisão foi tomada a respeito das aparições de Medjugorje, que foram iniciadas em 1981 e que ainda não teriam acabado. Os órgãos institucionais da Congregação para a Doutrina da Fé não se reuniram para examinar o caso, nem as conclusões do longo e articulado trabalho da comissão que foi dirigida pelo cardeal Camillo Ruini, a mesma que concluiu suas investigações no ano passado.
A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada por Vatican Insider, 26-06-2015. A tradução é do Cepat.
Fonte: http://goo.gl/hEoqlT |
Nenhuma “plenária” foi realizada no ex-Santo Ofício (a próxima será em janeiro do ano que vem). E sobre o caso de Medjugorje também não foi realizada a “feria quarta”, a reunião mensal (congregação ordinária que é realizada nas quartas-feiras) dos cardeais e bispos que são membros da Congregação. A última “feria quarta”, segundo confirmaram fontes confiáveis do dicastério, ocorreu no último dia 17 de junho, e foi conversado sobre outro assunto. A próxima reunião será após o verão e não se deve excluir a possibilidade de que aconteça após o Sínodo ordinário. Isto significa que seria necessário esperar até o outono deste ano para se chegar a uma decisão.
Muita expectativa foi criada a respeito do pronunciamento, considerado iminente, em razão da proximidade do 34º aniversário da primeira aparição. O papa Francisco, respondendo a pergunta de um jornalista, durante o voo de retorno de Saravejo, disse: “Sobre o problema de Medjugorje, o papa Bento XVI, em seu momento, criou uma comissão presidida pelo cardeal Camillo Ruini. Também havia outros cardeais, teólogos e especialistas. Fizeram o estudo e o cardeal Ruini me entregou, após vários anos (pelo que sei, três ou quatro mais ou menos). Fizeram um trabalho muito bom, muito bom mesmo”.
“O cardeal Müller me disse que seria feita uma “feria quarta” nestes tempos. Creio que foi na última quarta-feira do mês. Mas, não estou certo... Estamos quase para tomar decisões. Depois, serão comunicadas. No momento, apenas algumas orientações são dadas aos bispos, mas sobre as linhas a ser decididas”.
O porta-voz vaticano, o padre Frederico Lombardi, havia precisado que, com efeito, a “feria quarta” sobre Medjugorje ainda não havia acontecido. Pelo que o Vatican Insider conseguiu se informar, não acontecerá antes do verão. Participam das reuniões da “feria quarta” 25 pessoas, entre cardeais e bispos: entre eles estão o secretário de Estado, Pietro Parolin, o prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, Fernando Filoni, o presidente do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos, Francesco Coccopalmerio, o arcebispo de Nápoles, Crescenzio Sepe, o arcebispo de Viena, Cristoph Schönborn (muito positivo sobre o fenômeno de Medjugorje), e o arcebispo de Bordeaux, Jean-Pierre Ricard.
Este é o espaço no qual se examina o caso. Os membros da “feria quarta” ainda não receberam o material, razão pela qual ainda não conhecem o texto que a comissão de Ruini preparou. Outros materiais de trabalho poderão ser acrescentados, provenientes do arquivo da Congregação para a Doutrina da Fé, das conclusões do grupo guiado pelo ex-presidente da Conferência Episcopal da Itália. De qualquer modo, o resultado do debate da “feria quarta” não será um parecer autorizado, mas apenas consultivo, que será apresentado ao papa Francisco para que possa tomar uma decisão.
As antecipações sobre uma possível decisão claramente negativa em relação às aparições de Medjugorje, citadas nestes dias por alguns meios de comunicação, carecem de fundamento, pois ainda não foi tomada decisão alguma. O papa Francisco ressaltou seu apreço pelo trabalho que foi realizado pelo cardeal Ruini. Além disso, segundo outras indiscrições dos últimos meses, as conclusões da comissão não são tão negativas: valorizariam as primeiras aparições (as que foram verificadas entre junho e julho de 1981), separando-as das aparições posteriores, nas quais teriam sido verificados certos abusos, mas reconheceriam os frutos espirituais e enfatizariam a necessidade de um melhor cuidado pastoral e espiritual para com os videntes e peregrinos. Além disso, recomendariam a transformação de Medjugorje em um Santuário, em si mesmo, ou a sua inclusão em uma nova diocese.
É claro, não teria uma razão para a decisão final ser idêntica às conclusões da comissão de cardeais, teólogos e especialistas, conduzidas por Ruini, que trabalhou durante quatro anos interrogando videntes e testemunhas, e reunindo uma abundante documentação. É possível que, em razão das aparições ainda continuarem sendo verificadas, seja separada a avaliação a respeito do sobrenatural de um fenômeno que ainda não terminou da avaliação sobre os frutos espirituais que podem ser notados entre os peregrinos de Medjugorje. Também é possível que seja decidido não proceder com a transformação da Igreja paroquial em Santuário. A “feria quarta” examinará o caso e expressará as suas próprias observações, para depois apresentá-las ao papa Francisco, que já conhece toda a documentação. No entanto, as avaliações de condenação preventiva, que surgiram nestes dias, atribuída tanto à Congregação para a Doutrina da Fé como ao Papa, são absolutamente prematuras e não levam em consideração o fato de que as pessoas que deverão oferecer o seu parecer a Francisco (os 25 cardeais e bispos da “feria quarta”) ainda não examinaram o “dossiê”.
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Ainda não há decisão sobre Medjugorje - Instituto Humanitas Unisinos - IHU