05 Junho 2015
Na tarde do segundo dia (29 de maio) do IV Encontro Popular da Bacia do São Francisco, foram realizadas rodas de conversa sobre Terra e Território, um dos eixos de atuação da Articulação São Francisco Vivo.
A reportagem foi publicada pela Articulação Popular pela Revitalização da Bacia do São Francisco e republicada pelo Portal EcoDebate, 02-06-2015.
Quatro grupos debateram as experiências de algumas comunidades no processo de retomada de seus territórios e lutas por permanência em suas terras.
O primeiro grupo relatou as experiências do povo indígena Kariri-Xocó, de Alagoas, que lutam há 10 anos pela sua terra e estão em processo de retomada e regularização de seu território, e do quilombo Brejo dos Crioulos, no norte de Minas Gerais, que tem parte de suas terras dominadas por latifundiários.
Outro grupo apresentou as experiências dos Caraíbas, comunidade localizada no município de Pedras de Maria da Cruz-MG e que foi expulsa por fazendeiros, Barra do Parateca, no oeste da Bahia, próximo ao município de Carinhanha, que têm o território em processo de regularização fundiária, e Brejão dos Negros, no município de Brejo Grande-SE aguardam demarcação e titulação do território.
Foto: Portal EcoDebate
Durante a discussão, os grupos apontaram que o Estado é um dos causadores da maioria dos conflitos e apontaram como propostas a ocupação de órgãos públicos.
A experiência dos pescadores de Sobradinho-BA, que sofrem com os impactos da construção de barragens e dos Fundos e Fechos de Pasto de Correntina-BA, que enfrentam a grilagem de terra e pistolagem, foi apresentada pelo terceiro grupo.
Já o último grupo apresentou a experiência e propostas das comunidades da Ilha do Jegue, território pesqueiro do Baixo São Francisco que conseguiu concessão de uso, mas não de moradia, e a comunidade de fundo de pasto Areia Grande, no município de Casa Nova-BA.
Os grupos reconheceram a contribuição da Articulação São Francisco Vivo no processo de conscientização da revitalização do Rio com a presença do povo, nas lutas de enfrentamento e resistência e na elaboração de oficinas que proporcionaram conhecimento acerca dos direitos dos povos e de como denunciar os abusos. Para os participantes da oficina, a SFVivo incentivou à consciência ambiental popular e proporcionou a troca de informações entre as comunidades.
De acordo com o coordenador da Articulação, Ruben Siqueira, um dos grandes papéis da SFVivo é justamente favorecer o intercâmbio entre as comunidades: “A Articulação é capaz de dar visibilidade e trabalhar a articulação política e a formação política, mas enfrentamos um problema na intermediação das comunidades com as autoridades”, disse.
Os outros eixos de atuação da Articulação como Enfrentamento a Projetos do Capital, Revitalização e Consolidação da Articulação serão discutidos nos próximos dias do Encontro, que vai até o dia 31 de maio, no Centro de Treinamento de Líderes, em Bom Jesus da Lapa-BA.
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IV Encontro Popular debateu as lutas por Terra e Território na Bacia do São Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU