18 Mai 2015
O Papa Francisco recebeu nesta manhã de sábado o presidente palestino Mahmoud Abbas no Palácio Apostólico do Vaticano, em vista da canonização, que se levará a cabo amanhã na Praça São Pedro, das duas primeiras santas palestinas da época moderna, e depois que a Santa Sé e o Estado da Palestina chegaram a um acordo sobre as relações bilaterais e o status da Igreja no país do Oriente Médio, as quais serão reguladas com um documento que será firmado dentro de pouco tempo.
A reportagem é de Iacopo Scaramuzzi, publicada por Vatican Insider, 16-05-2015. A tradução é de Benno Dischinger.
Jorge Mario Bergoglio deu de presente ao líder palestino um medalhão com a imagem do anjo da paz, comentando: “O anjo da paz destrói o espírito mau da guerra. Pensei em você: que você possa ser um anjo da paz”.
O Papa Francisco havia definido Mahmoud Abbas como “homem de paz” durante a visita a Belém em maio de 2014, da mesma forma com que havia definido o então presidente israelense Shimon Peres durante sua estada em Jerusalém. O Pontífice argentino convidou depois ambos os líderes a uma vigília de oração pela paz, da qual participou também o Patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeo I, oração que se levou a cabo nos jardins vaticanos aos 8 de junho do ano passado.
Mahmoud Abbas entrou hoje na Sala do Trono que se encontra ao lado da biblioteca papal e saudou o Papa com um gracejo: “Está mais jovem”. Depois o Papa lhe indicou que o seguisse para a biblioteca, onde se levou a termo a reunião privada, com a presença do colaborador do Papa para a tradução do árabe ao italiano, o egípcio copta Yoannis Lahzi Gaid. A conversação durou vinte minutos. O presidente palestino se reuniu depois com o cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, e com Paulo Gallagher, Secretário para as Relações com os Estados. Abbas permaneceu no Vaticano uma hora e meia.
Segundo o comunicado de imprensa da Sala de imprensa do Vaticano, “durante os cordiais colóquios se manifestou grande satisfação pelo acordo alcançado sobre o texto de um Acordo compreensivo entre s Partes sobre os aspectos essenciais da vida e da atividade da Igreja Católica na Palestina, o qual se firmará num futuro próximo”.
Depois, continua a nota, “se falou do processo de paz com Israel, expressando a esperança de que se possam reconectar as negociações diretas entre as Partes, para encontrar uma solução justa e duradoura ao conflito. A tal propósito, se reiterou a esperança de que, com o apoio da Comunidade internacional, Israelenses e Palestinos tomem com determinação decisões válidas a favor da paz. Por último, com referência aos conflitos que afeta o Oriente Médio, no reafirmar a importância de combater o terrorismo, se sublinhou a necessidade do diálogo inter-religioso”.
Mahmoud Abbas ofereceu ao Papa uma pequena caixinha de madrepérola com um Rosário de madeira de oliva e os relicários das mais novas santas palestinas: Mariam Baouardy e Marie Alphosine Danil Gatthas. O Papa, de sua parte, lhe ofereceu, além da medalha do anjo, uma cópia da “Evangelii Gaudium“ e um medalhão com a figura de um anjo da paz, “que destrói o espírito mau da guerra – disse o Pontífice. Pensei em ti, que és um anjo da paz”. O presidente palestino despediu-se do Papa e lhe disse “nos vemos amanhã”, pois na Praça São Pedro se levará a cabo a canonização das duas monjas da Terra Santa, as primeiras santas modernas da Palestina.
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O Papa abraça Abbas: “Seja um anjo da paz” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU