Por: André | 05 Mai 2015
“Estimada senhora Jackelén, querida irmã, queridos amigos!” O Papa Francisco começou desta maneira o seu discurso na presença de Antje Jackelén, arcebispa de Uppsala e primaz dos luteranos suecos, que foi recebida na manhã desta segunda-feira no Vaticano com uma delegação da Igreja evangélica-luterana da Suécia. Foi, além disso, uma ocasião para abordar diferentes temas, como o testemunho dos cristãos perseguidos no mundo, que une as diferentes confissões, as divisões que devem ser evitadas em relação a temas como a família e a vida, a próxima celebração dos 500 anos da “Reforma” de Lutero em 2017, além de outras questões específicas, como o reconhecimento da acolhida dada pelos luteranos suecos aos sul-americanos que fugiram de ditaduras.
Fonte: http://bit.ly/1KbcLgs |
A reportagem é de Iacopo Scaramuzzi e publicada por Vatican Insider, 04-05-2015. A tradução é de André Langer.
“O apelo à unidade, seguindo Nosso Senhor Jesus Cristo, implica também uma exortação que impulsione ao compromisso comum em nível caritativo, a favor de todos os que no mundo sofrem devido à miséria e à violência, e necessitam particularmente a nossa misericórdia; especialmente o testemunho de nossos irmãos e irmãs perseguidos nos impulsiona a crescer na comunhão fraterna”, disse o Papa. “E também, é de urgente atualidade a questão da dignidade da vida humana, que sempre deve ser respeitada, assim como também os temas relacionados com a família, o matrimônio e a sexualidade, que não podem ser calados ou ignorados por temor de colocar em risco o consenso ecumênico já alcançado. Seria uma lástima se nestas importantes questões se consolidassem novas diferenças confessionais”.
Jorge Mario Bergoglio também acrescentou dois agradecimentos: “Antes de mais nada – disse –, desejo agradecer à Igreja Luterana sueca pela acolhida de muitos migrantes sul-americanos nos tempos das ditaduras. Acolhida fraterna que fez crescer as famílias. E, em segundo lugar, quero agradecer a delicadeza que você, querida irmã, teve ao nomear o meu grande amigo, o pastor Anders Ruut: com ele compartilhamos a cátedra de teologia espiritual e me ajudou muito na vida espiritual”, disse o Papa, que concluiu em inglês com um “Thank you”.
Antje Jackelén, primeira arcebispa de Uppsala, havia anunciado sua visita de ontem e destacou que a voz do Papa, líder espiritual de mais de um bilhão de católicos, é fundamental para a justiça e a reconciliação, e indicou, além disso, os temas de comum interesse: a mudança climática e a difícil situação dos refugiados no mundo. A líder luterana sueca, que ao final deste ano visitará o arcebispo de Canterbury e primaz dos anglicanos, Justin Welby, evocou o quinto centenário da reforma de Lutero, em 1517, e os 50 anos do diálogo luterano-católico.
Fonte: http://bit.ly/1KbcLgs |
O Papa Francisco também se referiu a ambos os acontecimentos em seu discurso: “Agradecendo a Deus, no ano passado celebramos 50º aniversário do decreto sobre o ecumenismo do VaticanoII “Unitatis Redintegratio” – recordou –, que ainda representa o ponto de referência fundamental para o compromisso ecumênico da Igreja católica. Com este documento pôs-se em evidência que já não se pode prescindir do ecumenismo. Convida a todos os fiéis católicos a empreender, reconhecendo os sinais dos tempos, a vida da unidade para superar a divisão entre os cristãos, que não apenas se opõe abertamente à vontade de Cristo, mas também é escândalo para o mundo e prejudica a mais santa das causas: a pregação do Evangelho a cada criatura”.
O Papa também recordou o recente documento intitulado “Do conflito à comunhão. A comemoração luterano-católica para a Unidade”. “Esperamos de coração que esta iniciativa possa animar para dar, com a ajuda de Deus e com a nossa colaboração com Ele e entre nós, posteriores passos no caminho rumo à unidade”. O Papa, que, além disso, recebeu também o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, o cardeal Kurt Koch, concluiu seu discurso aos luteranos suecos com estas palavras: “Queridos amigos, mais uma vez obrigado por esta visita. Com a esperança de que se reforce a colaboração entre os luteranos e os católicos, rezo ao Senhor para que abençoe abundantemente a cada um de vocês e suas comunidades”.
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Bergoglio recebe a “querida irmã” arcebispa luterana da Suécia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU