26 Abril 2015
“Estamos expostos a essa realidade como todos. Na França, eu vi, existia esse jovem que olhava as igrejas. Todos tinham medo. Mas o Papa sobre essa questão é muito tranquilo, é só ver como ele se encontra com as pessoas, se desloca com muita liberdade e enfrenta essas situações com muita lucidez e serenidade”.
O cardeal Pietro Parolin também mostra uma serenidade olímpica enquanto é questionado sobre as ameaças ao Vaticano, do lado de fora da Sala Magna da Faculdade Teológica do Triveneto. O secretário de Estado Vaticano dedicou sua leitura à visão de um “mundo aberto” para Francisco, ao “soft-power da Santa Sé” diferente daquele “hard” dos Estados – sem armas ou poder econômico, mas o “instrumento da misericórdia” – em um planeta “multipopular” feito de “relações e diálogo”.
A reportagem é de Gian Guido Vecchi, publicada pelo jornal Corriere della Sera, 25-04-2015. A tradução é de Ivan Pedro Lazzarotto.
Explicou que “devemos insistir no diálogo” para isolar o “grave perigo” do fundamentalismo, pontes e não muros: uma “condição de paz e respeito a vida” é essencial para “garantir a convivência”, e é isso que “induziu o Papa a pedir que parasse o avanço do chamado Califado na Síria”. Acima de tudo, sobre o tema do acolhimento aos migrantes, Parolin cita que “existe muito medo, mas o medo não é sempre um bom conselheiro”, mesmo porque “não, não se pode ser um bom cristão se somos totalmente fechados”.
Assim o cardeal não se assusta ao ouvir o questionamento. De fato “precisamos estar atentos: sem falar de planos, pode ser qualquer um a pensar coisas do gênero”.
Parolin pensa nos fiéis: “O medo maior, caso acontecesse algo, é que podem ser envolvidas pessoas inocentes”. Porém “não me parece que exista uma preocupação exagerada no Vaticano”, esclarece: “Mesmo do ponto de vista da segurança existem garantias, todas as estruturas que trabalham pela segurança estão atentas, não me parece que exista um alarme”.
O Papa Francisco vai a frente. “Depois da Ásia, o Papa quer dedicar uma grande atenção a África: ainda está sendo elaborado um programa, mas irá abranger principalmente países em situações de conflito e dificuldade, a escolha será nessa perspectiva”.
O próprio Bergoglio falou da “hipótese” de uma visita “até o final do ano” na República Centro Africana e Uganda. Podem sempre existir variações, como se viu na “escala” em Cuba em setembro antes de ir aos Estados Unidos.
Fato exemplar do “poder gentil” da Santa Sé: “O Papa encoraja o processo de aproximação, diz que não tem medo de mudanças”. O mesmo vale pela escolha de nomear o “genocídio” armênio, considera Parolin: “Falou em termos de reconciliação: não para suscitar mais animosidade, mas para encontrar uma interpretação comum da história, se aproximar e se entender”.
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Parolin: estaremos expostos, mas o Papa está tranquilo. Viajará para a África onde existem conflitos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU