14 Abril 2015
Ao pronunciar a palavra “genocídio” a propósito do holocausto armênio, o papa Francisco ousa dar um passo para o qual nem Estados Unidos nem Brasil ainda mostraram disposição. Não apenas os massacres iniciados em 1915, menos de um ano após o deflagrar da I Guerra, foram um genocídio como inspiraram o criador dessa palavra, o jurista judeu-polonês Raphael Lemkin, a cunhá-la. Foi pensando na sina armênia que Lemkin propôs à Liga das Nações, em 1933, que considerasse o genocídio como crime contra a lei internacional.
O comentário é de Luiz Antônio Araujo, jornalista, publicado pelo jornal Zero Hora, 14-04-2015.
No mesmo ano, subiu ao poder na Alemanha um ex-cabo do exército do Kaiser chamado Adolf Hitler, que seria responsável por outro genocídio, o de 6 milhões de judeus durante a II Guerra.
Em agosto de 1939, uma semana antes de invadir a Polônia, naquele que passou à história como Discurso de Obersalzberg, Hitler teria dito: “Quem, depois de tudo, fala hoje do aniquilamento dos armênios?”. Embora as transcrições do discurso tenham sobrevivido graças a fontes anônimas de inteligência e não haja registros oficiais ou testemunhais, sua divulgação é atribuída ao almirante Wilhelm Canaris, que mais tarde se tornou espião aliado.
Outros países e instituições ainda têm tempo de romper o silêncio. O genocídio armênio completará cem anos no dia 25 de abril.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Genocídio armênio. Papa dá passo que nem EUA e Brasil ousaram dar - Instituto Humanitas Unisinos - IHU