Por: Jonas | 10 Abril 2015
Enquanto são feitas estimativas sobre a presença de peregrinos que chegarão a Roma para o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, anunciado pelo Papa Francisco (fala-se no mínimo em um milhão de pessoas a mais em relação ao fluxo normal de turistas), no Vaticano está tudo pronto para a entrega da Bula do Ano Santo, que ocorrerá na Basílica de São Pedro, no próximo sábado à tarde, nas primeiras Vésperas do Domingo da Misericórdia. O Papa Bergoglio envolveu o Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização na preparação do Jubileu.
A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada por Vatican Insider, 08-04-2015. A tradução é do Cepat.
“Queridos irmãos e irmãs – afirmou o Papa Francisco quando fez o anúncio -, pensei muitas vezes em como a Igreja poderia tornar mais evidente sua missão de ser testemunha da misericórdia. É um caminho que começa com uma conversão espiritual. Por isso, decidi promulgar um Jubileu extraordinário que tenha em seu centro a misericórdia de Deus”. Ao encomendar a organização ao dicastério conduzido pelo arcebispo Rino Fisichella, Francisco precisou que isto significava torná-lo “uma nova etapa do caminho da Igreja em sua missão de levar a cada pessoa o Evangelho da misericórdia”.
“Estou convencido – acrescentou – de que toda a Igreja, que necessita muito receber misericórdia, poderá encontrar neste Jubileu a alegria para voltar a descobrir e tornar fecunda a misericórdia de Deus, a partir da qual todos nós somos chamados a oferecer o consolo para cada homem e cada mulher de nosso tempo. Não esqueçamos que Deus perdoa tudo, e perdoa sempre. Não nos cansemos de pedir perdão”.
No estilo de Francisco, o Jubileu não se concentrará em Roma, mas será descentralizado em cada diocese. Esta não é uma novidade: os Anos Santos anteriores podiam ser celebrados nas Igrejas locais. É provável que este aspecto seja mais acentuado agora. Os gestos do Papa, os eventos no calendário da Igreja de Roma (ainda a definir) serão repetidos em todas as Igrejas do mundo. Existirão aqueles que desejarão visitar Roma para passar pela Porta Santa da Basílica de São Pedro, mas não será necessário fazer isto para viver o Jubileu centrado na Misericórdia de Deus Pai, que não se cansa de perdoar e nem de acolher, com os braços abertos, seus filhos. Uma mensagem que representa o coração e o fulcro do Pontificado de Francisco.
No último dia 26 de março, falando com os sacerdotes, religiosos e religiosas de Nápoles, o Papa Bergoglio havia dito: “Temos esquecido as obras de misericórdia. Eu gostaria (não fiz, mas tenho o desejo de fazer) de lhes pedir que falassem das obras de misericórdia corporais e espirituais. Quantos de nós as temos esquecido! Quando retornarem para casa, tomem o catecismo e recordem estas obras de misericórdia, que são as obras praticadas pelas velhinhas e a gente simples nos bairros, nas paróquias, porque seguir Jesus, ir atrás de Jesus é simples”.
No livrinho “Guarde o coração”, distribuído entre os fiéis na Praça São Pedro, no último dia 22 de fevereiro, como uma ajuda para viver a Quaresma, o Papa quis recordar as obras de misericórdia corporal (dar de comer aos famintos, dar de beber aos sedentos, vestir aqueles que estão nus, alojar os peregrinos, visitar os enfermos e os encarcerados, sepultar os mortos) e de misericórdia espiritual (aconselhar os duvidosos, ensinar os ignorantes, admoestar os pecadores, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, suportar pacientemente as pessoas incômodas, pedir a Deus pelos vivos e pelos mortos).
No caminho jubilar que “começa com uma conversão espiritual” e que favorecerá a aproximação com o sacramento da reconciliação também será possível voltar a descobrir quais são e o sentido das obras de misericórdia.
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Jubileu da Misericórdia não se concentrará em Roma - Instituto Humanitas Unisinos - IHU