Por: André | 23 Março 2015
“Que a corrupção e a delinquência não desfigurem o rosto desta bela cidade! A todos os criminosos e a todos o seus cúmplices, hoje, eu, humildemente, como irmão, repito: convertam-se ao amor e à justiça”. Um apelo à conversão que soa como uma advertência na terra transformada em Gomorra pela Camorra. “Não deixem que sua juventude seja explorada por esta gente”, recomendou Francisco durante a Missa na Praça do Plebiscito, com o tom forte do ex-padre de rua que combateu durante toda uma vida os narcotraficantes nas favelas de Buenos Aires. “O futuro de Nápoles não se dobrar, resignada, sobre si mesma, mas abrir-se com confiança ao mundo”, continuou o Pontífice argentino.
A reportagem é de Giacomo Galeazzi e publicada no sítio Vatican Insider, 21-03-2015. A tradução é de André Langer.
“Esta cidade pode encontrar na misericórdia de Cristo, que renova todas as coisas, a força para seguir em frente com esperança, a força para tantas existências, tantas famílias e comunidades”, destacou. “Esperar já é resistir ao mal – recordou o Papa Bergoglio. Esperar é ver o mundo com o olhar e com o coração de Deus. Esperar é apostar na misericórdia de Deus, que é Pai e perdoa sempre e perdoa tudo”. “Hoje começa a primavera, e a primavera é tempo de esperança. E é tempo de resgate para Nápoles: é o que desejo e minha oração para uma cidade que tem em si tantas potencialidades espirituais, culturais e humanas, e, sobretudo, tanta capacidade de amar”, indicou o Papa Francisco. “As autoridades, as instituições, as diferentes realidades sociais e os cidadãos, todos juntos e concordes, podem construir um futuro melhor”, acrescentou.
“Queridos napolitanos, não deixem vos roubar a esperança! Não cedam às tentações dos ganhos fáceis ou de renda desonesta. Isto é pão para hoje e fome para amanhã, não pode nos trazer nada. Reajam com firmeza às organizações que exploram e corrompem os jovens, os pobres, os frágeis, com o cínico comércio da droga e outros crimes.” Além disso, exortou, “levem a todos a misericórdia, a ternura e a amizade de Deus. É um trabalho que cabe a todos, mas de modo especial a vós sacerdotes. Levem a misericórdia, levem o perdão, levem a paz, levem a alegria, nos sacramentos, na escuta que o povo de Deus possa encontrar em vocês”.
Durante a homilia da missa na Praça do Plebiscito, Francisco convidou em duas ocasiões para repetir com ele: “Jesus é o Senhor, Jesus é o Senhor, Jesus é o Senhor”. Depois, ao final do discurso, voltou a se despedir no dialeto napolitano dos fiéis: “Ca ‘a Maronna v’accumpagne”, que a Virgem vos acompanhe.
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“Não deixem que roubem a esperança de vocês; é tempo de resgate”, diz Francisco em Nápoles - Instituto Humanitas Unisinos - IHU