26 Fevereiro 2015
Os católicos que ainda desejam oferecer a sua opinião para o Sínodo sobre a família que acontecerá em outubro têm opções limitadas.
A reportagem é de Dennis Coday, publicada no sítio National Catholic Reporter, 24-02-2015. A tradução é de Claudia Sbardelotto.
Os bispos que chefiam cerca da metade de todas as dioceses de rito latino dos Estados Unidos (93) estão realizando algum tipo de pesquisa entre os católicos em seus territórios. A coleta de informações já terminou em cerca de 18 dessas dioceses, e em outras 24, as consultas não estão sendo feitas com os paroquianos em geral, mas com grupos seletos, por exemplo, os membros do conselho paroquial, como acontece em Stockton, Califórnia, ou com "párocos, administradores paroquiais e vigários paroquiais", como na cidade de Veneza, na Flórida.
A Associação de Padres Católicos dos EUA está pedindo aos sacerdotes que concluam seus questionários até 15 de março. A associação irá compartilhar os resultados da pesquisa com a Secretaria do Sínodo.
No ano passado, uma coalizão de 19 organizações católicas de reforma encomendaram uma pesquisa de atitudes com base no questionário do Vaticano e enviaram suas conclusões à Secretaria do Sínodo. A coalizão não está fazendo isso este ano, disse o diretor de comunicações para um desses grupos, Ryan Hoffmann, do Call for Action com base em Chicago.
Este ano, os grupos de reforma estão encorajando os católicos a entrar em contato com seus líderes diocesanos locais, disse Hoffman ao NCR.
"Os bispos têm sido direcionados a aprender com as experiências dos leigos católicos", disse ele. "Em dioceses onde o bispo não foi ao encontro dos leigos, os leigos são encorajados a ter uma atitude pró-ativa, deixando claro que esperam ser ouvidos. Nós achamos que é extremamente importante que os católicos aproveitem essa oportunidade para deixar claro quais são as suas necessidades pastorais e as formas que a Igreja pode melhor atendê-las".
Ryan indicou um site, OurCatholicFamily.org, com recursos e sugestões para os católicos que querem oferecer informações a seus bispos. As sugestões do site:
• Conduza uma sessão de escuta na sua paróquia ou comunidade. O site oferece recursos sobre formas de convocar e realizar essas sessões de escuta. (A diocese de Scranton, na Pensilvânia, também fornece recursos online que podem ser úteis para grupos de fora da diocese. Estes incluem exemplos de agenda para a reunião paroquial e ideias de como conduzir o processo nos grupos, além de uma miscelânea de recursos adicionais para a vida matrimonial e familiar.)
• Requisite um encontro com o seu bispo para discutir tanto os processos quanto as questões relacionadas ao Sínodo. O site oferece um exemplo de carta para enviar ao seu bispo e "dicas para uma reunião com o bispo".
Alguns católicos entraram em contato com o NCR dizendo que planejam escrever diretamente ao Vaticano sobre os temas da vida familiar em discussão. O endereço eletrônico da Secretaria é Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. O endereço postal é:
Sinodo dei Vescovi
Palazzo del Bramante
Via della Conciliazione, 34
Città del Vaticano
Europa
A Secretaria não indicou o que vai fazer com essas entradas diretas.
As organizações católicas de reforma estão concentrando sua atenção este ano no próprio sínodo de outubro. Elas lançaram uma campanha chamada "Ampliem o círculo no Sínodo da Família 2015". Elas estão pedindo aos organizadores do Sínodo no Vaticano para "fazer todos os esforços para incluir uma ampla diversidade de católicos" como auditores e especialistas que participarão do Sínodo dos bispos em outubro.
Os estatutos sinodais limitam a participação direta no Sínodo - os chamados "padres sinodais" - aos bispos eleitos pelas conferências episcopais nacionais e nomeados pelo Papa Francisco. Além disso, a União dos Superiores Gerais das ordens religiosas masculinas elegem 10 delegados. (A contraparte feminina, a União Internacional das Superioras Gerais, não tem delegadas.)
Mas o papa pode nomear qualquer pessoa que ele quiser como auditor ou perito. Esses auditores e peritos podem interpelar o Sínodo e são incluídos nas sessões e discussões sinodais. Francisco nomeou 14 casais para o sínodo de 2014.
Os apoiantes do "Ampliem o círculo" querem que esse número seja expandido, com mais representação proveniente "dos constituintes dos temas que serão discutidos, incluindo divorciados e recasados, casais que coabitam, famílias inter-religiosas, famílias pobres, famílias monoparentais, famílias com membros gays/lésbicas, bissexuais e transgêneros, casais homoafetivos e famílias dilaceradas pela violência da guerra e de abuso".
"A diferença entre o povo da Igreja e a sua liderança é muito evidente, e, infelizmente, cada vez maior", disse Marianne Duddy-Burke, diretora executiva do DignityUSA, um grupo LGBT católico que faz parte da campanha "Ampliar o círculo".
"Os católicos estão desejando muito o tipo de diálogo que o Papa Francisco pediu, e prontíssimos para expressar suas esperanças, sonhos e frustrações com a Igreja", ela disse ao NCR em uma entrevista anterior.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Opções limitadas para leigos católicos que querem contribuir com o Sínodo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU