Ceretti, o teólogo que luta pelos padres casados: ''Eles devem ser readmitidos''

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23 Fevereiro 2015

"Eu sou um pouco surdo, hein, talvez entendi mal, mas acho que o Papa Francisco disse exatamente: 'O problema dos padres casados está presente na minha agenda'... Importante, não?" O padre Giovanni Cereti, fino teólogo, é o reitor da confraternidade de São João Batista dos Genoveses, em Roma.

A reportagem é de Fabrizio Caccia, publicada no jornal Corriere della Sera, 20-02-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

A sua batalha em favor dos padres casados tem raízes antigas ("Não chamem-nos de 'ex-padres', permanece-se padre eternamente"), e assim, nessa quinta-feira, no Vaticano, durante o encontro de Francisco com os sacerdotes da capital, o padre Cereti voltou à tona: "Que a Igreja de Roma readmita ao ministério todas essas pessoas preparadas e sérias, os padres casados. Se o senhor soubesse, Santidade, quantos voltariam. Aos milhares..." E Bergoglio, de surpresa, lhe respondeu daquela forma.

O reitor explica a urgência do desafio com o fato de que "a Igreja latina hoje está em dificuldades, há a crise das vocações, e pode acontecer que um padre também deva cobrir sete a oito paróquias sozinho. A descristianização, a secularização estão relacionadas justamente com a falta de sacerdotes. Não há o suficiente para acompanhar as pessoas... É possível que o papa vá ao Parlamento [Wojtyla o fez em 2002] para pedir a anistia e o indulto para os presos, mas ainda hoje a Igreja não é capaz de dar um indulto, isto é, de dar a indulgência aos seus padres casados, concedendo-lhes de retomar o ministério?".

Aqui não há o problema de se uniformizar – acrescenta o padre Cereti – aos cristãos ortodoxos e às Igrejas orientais, em que os padres casados podem celebrar a missa e consagrar a Eucaristia. Ao contrário, parece uma questão de sobrevivência: "O valor do celibato, hoje, com tantos célibes por egoísmo em giro por aí, também deveria ser revisto, talvez, em favor do matrimônio como testemunho de fé".

O Papa Francisco, nessa quinta-feira, também disse que, no dia 10 de fevereiro, em Santa Marta, festejou o 50º aniversário de sacerdócio de sete padres que concelebraram com ele. E na missa – revelou – também estavam presentes cinco padres casados.

Talvez, um horizonte que se abre: "Eu estou confiante", conclui o padre Giovanni. "Porque eu sinto que o papa quer realizar aquela reforma da Igreja decidida pelo Concílio Vaticano II e aplicada até agora apenas parcialmente. Por isso, vou continuar lutando também pela ordenação ao presbitério – não apenas ao diaconato – dos leigos casados e pela absolvição dos divorciados em segunda união. Vocês sabem, eu tenho 82 anos e, para me casar, na verdade, eu renunciei há nada menos do que 55 anos. Tomei a decisão serenamente, junto com outra pessoa, agora consagrada no mundo. E estou bem assim".

Foto: Rete3.net

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