"Combateremos o capitalismo como fizemos com o comunismo", afirma novo cardeal

Mais Lidos

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

18 Fevereiro 2015

"Devemos combater o capitalismo como combatemos o comunismo. São os males da humanidade." Como padre de rua, Edoardo Menichelli está na linha de frente contra "desemprego e pobreza".

A reportagem é de Giacomo Galeazzi, publicada no jornal La Stampa, 15-02-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Edorardo Menichelli, arcebispo de Ancona-Osimo, é um dos dois italianos nomeados cardeais no sábado passado. O outro é Francesco Montenegro, arcebispo de Agrigento, que abrange Lampedusa

Eis a entrevista.

O que agrava a crise?

Se no centro está o dinheiro, a pessoa perde sentido, e a sociedade se torna um deserto de valores. A economia reduzida a finança mata, e os danos estão diante dos olhos de todos. Que os políticos pensem nas pessoas e não nos partidos. São necessárias solidariedade e sobriedade: políticas de trabalho para todos. É preciso recomeçar dos últimos, dar novamente dignidade à pessoa, eliminar injustiças.

Mais compromisso com o social?

A dimensão social é parte integrante da fé. Na Evangelii gaudium, Francisco adverte contra as ideologias que defendem a autonomia absoluta dos mercados e a especulação financeira. Bento XVI já havia pedido uma autoridade política mundial que direcione o sistema financeiro e monetário à função de conceder crédito a trabalhadores,as famílias, empresas e comunidades locais.

O que mais a Igreja pode fazer?

A misericórdia deve orientar todas as ações para socorrer aqueles que perderam o trabalho, vivem em desconforto humano e correm o risco de perder a identidade social. A Igreja é chamada a se mostrar sensível e atenta. Não devem prevalecer oligarquias políticas que ignoram as exigências da sociedade civil e criam separação entre classes dominantes e população. A globalização deve ser orientada ao bem comum. E a Igreja "em saída" deve sempre estar em campo contra o egoísmo e o relativismo.