Bispos alemães defendem nova pastoral para os divorciados em segunda união

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09 Fevereiro 2015

Os bispos alemães são a favor do acesso, sob certas condições, dos divorciados em segunda união à comunhão sacramental.

A reportagem é de Camille Le Tallec, publicada no jornal La Croix, 05-02-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

"A pastoral da família merece um estudo renovado, de modo a que se faça ouvir a mensagem de amor de Jesus", declarou o cardeal Reinhard Marx, arcebispo de Munique e Freising e presidente da Conferência Episcopal Alemã (DBK) no dia 22 de dezembro passado.

Ele apresentava o relatório de um grupo de trabalho interno, intitulado "Vias teologicamente responsáveis e pastoralmente idôneas para um acompanhamento dos divorciados em segunda união", adotado "com grande maioria" pela DBK no seu Conselho Permanente de junho de 2014.

Como todos os fiéis, indica o documento, os divorciados recasados civilmente devem poder considerar a Igreja como a sua casa e poder participar ativamente na sua vida.

"O divórcio e o segundo casamento civil geram ou acentuam, muitas vezes, o afastamento da Igreja, que não é percebida como um apoio nessa situação de crise", constatam os bispos: "Não é raro que essa evolução leve até mesmo a um distanciamento da fé cristã".

O episcopado alemão observa que os fiéis, mesmo aqueles que vivem um casamento "fracassado", julgam a atual pastoral como "incompreensível e desprovida de misericórdia". "Em certas paróquias alemãs, os padres já toleram o acesso aos sacramentos por parte dos divorciados em segunda união", observou Ulrich Lüke, teólogo da Universidade Técnica de Aachen.

No entanto, essa pastoral não pode enfraquecer ou ocultar a exigência evangélica da indissolubilidade do matrimônio, assinala o documento. "Por isso, há unanimidade entre os bispos alemães sobre o fato de que, depois da ruptura do matrimônio religioso, uma nova união dentro da Igreja é impossível, e nenhuma união civil pode ser reconhecida pela Igreja".

Os bispos excluem uma admissão automática aos sacramentos para "todos os fiéis cujo matrimônio se rompeu ou que voltaram a se casar". Eles são favoráveis, ao contrário, "a soluções diferenciadas que respondam a cada caso de forma justa e permitam a admissão aos sacramentos, sob certas condições", que eles apresentam detalhadamente retomando as palavras do cardeal Walter Kasper na abertura do consistório dos cardeais sobre a família, em fevereiro de 2014, que convidava a Igreja a uma mudança de paradigma.

"Trata-se de articular fidelidade à tradição e misericórdia para com aqueles que sofrem", explica Helmut Hoping, teólogo da Universidade de Friburgo. "De um ponto de vista teológico, essa posição parece-me precária." Uma preocupação não compartilhada por Ulrich Lüke.