17 Janeiro 2015
Em seu segundo dia, nas Filipinas, o Papa Francisco fez outra surpresa e reuniu-se com seus companheiros jesuítas por cerca de uma hora. De acordo com o padre Jett Villarin, presidente da Universidade Ateneo de Manila, o papa e os jesuítas falaram sobre vocação, o amor de Cristo e a juventude. Foi um encontro "muito jesuíta, muito casual".
A reportagem é de Pia Ranada, publicada no sítio Rappler, 16-01-2014. A tradução é de Claudia Sbardelotto.
Segundo o Pe. Antonio Spadaro, correspondente para a rede italiana RAI e a revista La Civiltà Cattolica, o papa - ele próprio um jesuíta - reuniu-se informalmente com 40 jesuítas na sexta-feira à noite, 16 de janeiro, na Nunciatura Apostólica, sede da Santa Sé em Manila.
Eles foram informados sobre o encontro com o papa, na semana passada, mas os detalhes não foram dados até esta semana. Eles também foram proibidos de fornecer detalhes sobre a reunião até depois da reunião ter sido realizada.
Entre os jesuítas que se encontraram com o papa estava o provincial da ordem, Antonio Moreno, além do presidente da Universidade Ateneo de Manila, Pe. Jose Ramon "Jett" Villarin SJ, o ex-presidente da Ateneo, Pe. Bienvenido Nebres SJ, Pe. Xavier Alpasa SJ e Pe. Celerino Reyes SJ. Os 40 jesuítas participantes vieram de várias universidades, escolas, seminários e ministérios de todo o país.
Em uma coletiva de imprensa, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, citou os jesuítas filipinos dizendo, "Nós somos 40, como os 40 elefantes no Sri Lanka!".
Foi Moreno que disse ao papa, "O senhor foi recebido por 40 elefantes no Sri Lanka. Agora o senhor tem 40 jesuítas", ao que o papa respondeu: "Os elefantes estavam mais bem vestidos". O diálogo levou todos ao riso.
Era uma referência aos elefantes que acolheram o papa no Sri Lanka na primeira etapa de sua viagem asiática na terça-feira.
Descrevendo a reunião, Villarin disse: "Foi como uma reunião simples de família e nós conversamos sobre todos os tipos de coisas, desde vocação, o amor de Cristo, a oração, a missão, os jovens, o serviço àqueles que vivem nas periferias, os migrantes etc". E acrescentou: "Muito jesuíta, muito casual".
Perguntado sobre o que ele achou mais marcante nas palavras de Francisco para o grupo, Villarin disse: "Quando Cristo olha para os pobres, ele está olhando para si mesmo".
Ele descreveu o encontro como tendo "muito humor e fraternidade".
Quando perguntado sobre quais eram suas impressões dos filipinos, o Papa Francisco disse que tinha estado no país por apenas dois dias e traçou uma analogia com um jesuíta que visita a Argentina onde participa de uma conferência por uma semana e, em seguida, escreve um livro sobre as condições sócio-político-econômicas da Argentina.
O papa, em vez, disse que ficava mais à vontade em falar sobre sua experiência com os filipinos na Argentina e em Roma - que trabalharam na Cúria e na recepção - descrevendo-os como tendo dignidade. Ele também disse que percebeu como os filipinos falam não só de seus pais, mas também de seus avós de uma maneira muito especial.
Perguntado sobre qual a mensagem ele tinha para a missão jesuíta na China, o papa se limitou a dizer: "Apenas tenham paciência".
Ele enfatizou a necessidade de ministérios jesuítas que se dediquem às margens e às periferias, pois é lá onde o Cristo sofredor pode ser encontrado, disseram alguns jesuítas entrevistados pela Rappler.
Membros da Ateneo de Manila estavam esperando que o papa fizesse uma visita à universidade jesuíta em Quezon City, mas não há nenhuma reunião planejada no itinerário.
Francisco vai visitar a Universidade de Santo Tomas, em Manila, no domingo para uma reunião com líderes religiosos e a juventude.
Este é o segundo evento de improviso da visita do pontífice às Filipinas, depois de seu encontro com as crianças moradoras de rua da Fundação Tulay ng Kabataan após a missa na Catedral de Manila no início do dia.
O papa é conhecido por fazer reuniões e paradas espontâneas durante suas visitas ao exterior. Na Coreia do Sul, Francisco também fez uma visita surpresa a uma universidade jesuíta, em agosto de 2014.
Francisco, ex-Jorge Mario Bergoglio, da Argentina, é o primeiro jesuíta a tornar-se papa.
Fotos: @antoniospadaro
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Outra surpresa: Papa Francisco encontra-se com jesuítas filipinos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU