26 Novembro 2014
O Vaticano (de acordo com o Campidoglio) autorizou a maior milonga ao ar livre a dois passos da Praça de São Pedro.
A reportagem é de Franca Giansoldati, publicada no jornal Il Messaggero, 22-11-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O flash mob para os apaixonados do tango de toda a Itália já começou: no dia 17 de dezembro, todos irão festejar o 78º aniversário do Papa Francisco com as notas de Astor Piazzolla, um dos autores mais queridos pelo pontífice.
Um presente de aniversário realmente especial, muito particular e muito apreciado. Além disso, o fato de que o pontífice gostaria de ouvir essa música foi revelado por ele mesmo, quando era cardeal, em algumas entrevistas, contando que é uma música que "lhe nasce de dentro".
Não só Piazzolla entre os favoritos, mas a orquestra de D'Arienzo, Carlos Gardel, Julio Sosa, Amelia Baltar. O papa, quando era jovem, também dançava, "embora eu preferisse a milonga".
Quem está organizando esse estranho aniversário, na companhia de milhares de tangueiros, é Cristina Camorani, uma dançarina de tango há muitos anos e, obviamente, um fã do papa argentino.
"A ideia de nos encontrarmos no Vaticano para dançar um tango em sua honra surgiu meio que por brincadeira. Somos um pequeno grupo de amigos, sabemos que o papa ama essa música e queríamos fazer-lhe uma homenagem. Então, começamos a reunir adesões, e o processo foi viral, até que nos deparamos com 3.000 adesões de toda a Itália", conta Camorani.
Quando essa senhora romana se apresentou no Vaticano para pedir permissão às autoridades vaticanas, eles ficaram estupefatos e não sabiam bem o que fazer. Tal coisa nunca tinha sido organizada.
Inicialmente, a reunião dos dançarinos devia ser feita na Praça Pio XI, fora da praça vaticana, para cerca de 50 pessoas. Pouco a pouco, a notícia foi se espalhando, e tornaram-se 100, 400, 1.000, até chegar aos mais de 3.000. Só nesse é que o Vaticano e a prefeitura de Roma deslocaram a grande dança de tango para a Piazza Risorgimento.
As notas de Astor Piazzolla não vão chegar até Santa Marta, onde Bergoglio vive, mas o afeto, sim. "Ele supera todas as fronteiras. Não dançaremos para nós, mas para o papa. Nada de lantejoulas, nada de tudo isso. Estaremos vestidos normalmente, mas teremos um lenço branco em volta do pescoço para sermos reconhecidos."
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Uma milonga de 3.000 pessoas em São Pietro para o aniversário do papa - Instituto Humanitas Unisinos - IHU