Cardeal O’Malley anuncia assistência a imigrantes

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25 Novembro 2014

Poucos dias depois do anúncio da reforma da imigração feita pelo presidente Barack Obama, o cardeal Sean P. O’Malley disse neste sábado que a organização caritativa da Arquidiocese de Boston chamada “Catholic Charities” irá fornecer serviços extras às comunidades de imigrantes, incluindo sessões de sensibilização e uma linha telefônica informacional multilíngue.

A reportagem é de Derek J. Anderson, publica pelo jornal The Boston Globe, 23-11-2014. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

“A imigração não é exatamente um problema político, e sim um desafio profundamente humano e moral com o qual o nosso país se depara”, disse O’Malley em nota.

Num discurso na quinta-feira, o presidente falou que iria exercer a sua autoridade executiva para deter a deportação de cinco milhões de imigrantes sem documentos e fornecer-lhes autorizações de trabalho, desde que atendam a alguns requisitos específicos.

Em sua nota, O’Malley disse pensar que as ações do presidente Obama não seriam uma solução a longo prazo, mas que proporcionaria uma ajuda imediata.

“Nós apoiamos esta ajuda imediata porque estender o status ambíguo e insustentável de indocumentados seria grandemente prejudicial a estas pessoas e famílias”, disse O’Malley.

Para auxiliar a comunidade imigrante, O’Malley anunciou que a Catholic Charities estaria implementando uma linha telefônica informacional multilíngue, além de realizar sessões de sensibilização e consulta jurídica.

“A linha telefônica começou a funcionar na sexta-feira, depois do anúncio das medidas administrativas do presidente feitas na terça-feira à noite”, disse Debbie Rambo, presidente da Catholic Charities, via email ao The Boston Globe. “A mensagem que colocamos na linha telefônica lembra às pessoas para terem cuidado – [O Departamento de Segurança Interna] ainda não determinou nem definiu o processo de inscrição, então tecnicamente não há nada para ser preenchido neste momento”.

A mensagem gravada na linha insta igualmente as pessoas a não pagar ninguém para ajudá-las a receber a ajuda administrativa, porque as informações ainda não estão disponíveis.

Rambo disse que a linha será atualizada na medida em que novas informações sobre o processo estiverem disponíveis.

Quanto às sessões para informação do público, não está agendada nenhuma para a semana que vem. Rambo disse que, no passado, um grupo de voluntários ofereceu assistência a imigrantes no sentido de eles não serem deportados e obterem autorização de trabalho em programas semelhantes.

“Esperamos agendar sessões ao longo das próximas semanas nas comunidades onde trabalhamos – Boston, Lynn e Brockton estão entre elas. Esta ajuda também estará disponível nas paróquias da arquidiocese”, disse Rambo.

Na nota deste sábado, o cardeal O’Malley diz que, tão logo o processo de inscrição for anunciado pelo governo, consultas jurídicas estarão disponíveis para auxiliar os imigrantes. A Catholic Charities realiza, há dez anos, um programa de serviços jurídicos para pessoas de baixa renda.

Apesar do anúncio de quinta-feira do presidente Obama, O’Malley manifestou a preocupação de que o processo político pare de fazer avançar a legislação relativa à migração.

“Nós confiamos as questões constitucionais e políticas a pessoas de ofício – políticos, legisladores; eles só podem providenciar uma solução abrangente”, disse ele. “O nosso foco principal está nas famílias indocumentadas, nos homens, nas mulheres, crianças que hoje se encontram num vazio jurídico, vivendo às margens de nossa sociedade, com medo de serem descobertos e deportados – tanto individualmente quanto em família. A questão moral diz respeito à vida dessas pessoas, às suas necessidades, ao futuro delas”.

Terrence Donilon, porta-voz da Arquidiocese de Boston, disse que “este é um assunto no qual ele [O’Malley] tem muita experiência, que remonta aos dias em que era um jovem padre em Washington”, disse Donilon.

“Diante deste desafio difícil e complexo que enfrentamos como nação, é minha esperança e oração que mantenhamos a dignidade humana e o bem-estar das crianças e famílias no centro de nossa atenção”, disse O’Malley.