03 Novembro 2014
Na formação da nova equipe de governo da presidente Dilma Rousseff, saem os quadros técnicos, entram os políticos para formar um "ministério estrelado". De volta do descanso na Bahia, a presidente deflagra agora as conversas com aliados, mas os novos nomes não serão conhecidos antes de seu retorno da Cúpula do G-20, nos dias 15 e 16, na Austrália - o palco para a despedida honrosa do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Para o seu lugar, refluem as resistências de Dilma a Henrique Meirelles, o preferido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A reportagem é de Andrea Jubé, publicada pelo jornal Valor, 03-11-2014.
"Se ela estiver disposta a ouvir mais o Lula, Meirelles pode ir para a Fazenda sim", disse um auxiliar próximo da presidente. Ele ressalva que, há algumas semanas, Dilma ainda resistia ao nome do ex-presidente do Banco Central. Mas afirma que nos últimos dias, viu reduzir o bloqueio de Dilma ao ex-presidente do Banco Central. O Valor mostrou que Lula fez três indicações para o Ministério da Fazenda: Luiz Carlos Trabuco, Nelson Barbosa e Meirelles. Trabuco foi sondado mas desestimulou a formalização do convite. Barbosa transformou-se então em favorito, já que são conhecidas as dificuldades da presidente de relacionar-se com Meirelles. Há pelo menos um ano e meio, Lula insistia que Dilma substituísse Mantega por Meirelles, registra a fonte. Na última sexta a indicação de Meirelles já não vinha acompanhada das restrições de sempre.
O novo ministério começa a ser concebido nos próximos dias, mas será anunciado a conta-gotas, a partir do retorno de Dilma e Mantega da cúpula em Brisbane, na segunda quinzena de novembro. Foi assim com a primeira equipe da petista, quando ela venceu a eleição de 2010. O auxiliar de Dilma ressalta que o novo ministro da Fazenda será um dos primeiros a serem anunciados, pela urgência de uma guinada econômica.
Os anúncios da nova equipe serão fracionados porque a presidente quer comandar a formação do governo com tempo e cautela, já que terá de afastar amigos queridos de seus cargos para dar lugar a nomes de peso político. Ela quer um "time estrelado", nas palavras de um de seus assessores mais próximos, com menos técnicos e mais políticos. O chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, será o articulador central do novo ministério, sob a batuta de Dilma.
A íntegra da reportagem pode ser lida no jornal Valor, 03-11-2014.
Por sua vez, a jornalista Angela Bittencourt, na mesma edição de hoje do jornal Valor, informa que "Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Bradesco, foi convidado pela presidente Dilma Rousseff para ocupar o cargo de Ministro da Fazenda a partir de 1º de janeiro de 2015, mas não aceitou".
Ainda segundo a reportagem "Luiz Carlos Trabuco Cappi foi indicado a Dilma para comandar a Fazenda pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, responsável por uma pequena lista de indicações encaminhada à presidente ainda no ano passado. Nessa lista, figuram também o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles e o ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda Nelson Barbosa".
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Diminui resistência de Dilma a Meirelles. Trabuco, convidado, não aceitou - Instituto Humanitas Unisinos - IHU