21 Outubro 2014
Stanislaw Gadecki, bispo de Poznan na Polônia e presidente do episcopado de seu país, se congratula consigo mesmo e com os outros que pensavam como ele pela decidida crítica do relatório post disceptationem do Sínodo sobre a família. O Prelado polaco denunciou um nítido destaque do ensinamento de João Paulo II em matéria, além de uma não clara visão do escopo do próprio Sínodo.
A reportagem é de Marek Lehnert, publicada por Vatican Insider, 20-10-2014.
Falando ontem à tarde na rádio polonesa Gadecki, afirmou que muitos dos padres sinodais compartilhavam os seus sentimentos, considerando aquele texto “fortemente ideologizado, porque considerava mais o lado sociológico do que o teológico”, mas, sobretudo porque “algumas teses suas pareciam arruinar o ensinamento da Igreja”.
“Tenho a impressão que se eu não tivesse falado, as coisas poderiam ter andado ainda pior. Retenho que tivesse sido necessário dizer algo, porque as vozes que chegavam das famílias eram apavoradas. Para não confirmar às pessoas a convicção que estávamos por abandonar o ensinamento da Igreja, se devia dizer algo. Porque tudo devia ter uma forma mais séria, mais precisa e analisada”. “Por sorte – acrescentou o prelado polaco – os círculos menores desenvolveram um trabalho mais sério, analisando palavra por palavra, e o que terminou no terceiro texto é muito mais sério, graças a Deus”.
O presidente dos bispos polacos retém que no recente sínodo “não ocorreu nada de revolucionário”. A exortação de João Paulo II, de 1981, ‘Familiaris consortio’ “já havia descrito tudo muito antes”. Só que “todos a esqueceram e agora se tem a impressão que a Igreja de ponto em branco se tenha tornado misericordiosa, enquanto antes não o era. Que tenha se tornado iluminada e antes não o era”. “São tudo ilusões que nascem da miopia, do fato de que nós olhamos as últimas duas semanas para exclamar: isto não existia. Ao invés, tudo isto já existia. Não se pode dar a impressão que durante os dois milênios na Igreja não tenha existido a misericórdia, que a misericórdia apareça agora inesperadamente. A misericórdia tem sentido se tem a ver com a verdade”, declarou o arcebispo Stanislaw Gadecki à Rádio pública polaca.