16 Outubro 2014
A Relatio post disceptationem será modificada e integrada, entendemos isso já nessa terça-feira e principalmente nessa quarta-feira a partir dos rumores internos e externos ao Sínodo. As afirmações que vão no sentido da acolhida serão esclarecidas com as referências a toda conversão necessária, a "gradualidade" será mais bem definida, as vozes da misericórdia serão evangelicamente acompanhadas pelo chamado a "não pecar mais": mas eu acredito que o bom da relatio, isto é, aquele seu olho que olha para onde vê, aquela preocupação de pôr em primeiro lugar a proximidade aos feridos da vida, aquela vocação a captar o bem em toda a vida, tudo isso permanecerá.
A nota é de Luigi Accattoli, publicada no blog da revista Il Regno, 15-10-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O bom permanecerá porque esse bom estava nas intervenções dos padres e, de fato, não era minoritário neles. Só uma leitura apocalíptica do debate sinodal, que já circulava antes que a assembleia se reunisse, pode reduzir esse bom a um bonismo irresponsável e sonhar com um refazimento radical da "folha de trabalho" que desemboque em uma "relatio synodi" – que leremos na sexta-feira – totalmente diferente.
Acima de tudo, tenho certeza que permanecerá a linguagem marcada pela confiança na possibilidade de apresentar de modo positivo o Evangelho da família à humanidade de hoje, sem a necessidade de traduzi-lo – para cada um dos seus aspectos – em uma lista de desvios e de advertências.
Imagino que a nova linguagem também permanecerá onde forem abordadas as questões mais árduas, por nunca terem sido tocadas, sobre as pessoas homossexuais, os casais de fato e as coabitações, aqueles que vivem uma conversão quando já estão envolvidos em relações irregulares de todos os tipos, marcadas por divórcios ou por poligamias, e, portanto, impossíveis de se desfazer e de sanar.
Considero que a boa aquisição do debate sinodal pode amadurecer, mas não pode ser zerado. Ao contrário, teremos um amadurecimento que o completará – tornando-o mais convincente e mais bem defensável – já nesta semana e, depois, no ano sinodal que temos pela frente.
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''O bom do relatório do Sínodo permanecerá'' - Instituto Humanitas Unisinos - IHU