Por: André | 09 Outubro 2014
Na nova Sala do Sínodo, onde a partir da manhã desta segunda-feira se discute sobre a família, ressoou, à tarde, a voz de um casal australiano, Ron e Mavias Pirola, codiretores do Conselho Católico da Austrália para o Matrimônio e a Família. Foi evidente desde as suas primeiras palavras que a experiência das pessoas reais muda o olhar, o enfoque como são apreciados os problemas e os desafios que a família deve viver concretamente, e com o que passam a um segundo plano certas reflexões doutrinais.
A reportagem é de Andrea Tornielli e publicada no sítio Vatican Insider, 06-10-2014. A tradução é de André Langer.
O casal contou que “pouco a pouco nos demos conta de que a única característica que distingue a nossa relação sacramental em relação a qualquer outra boa relação centrada em Cristo é a intimidade sexual e que o matrimônio é um sacramento sexual que encontra sua máxima expressão em uma relação sexual”. “Nós acreditamos que – acrescentaram – enquanto os casais casados não chegam a venerar a união sexual como parte essencial da sua espiritualidade será extremamente difícil apreciar a beleza de ensinamentos como os da encíclica Humanae Vitae. Necessitamos de novas formas e linguagens facilmente reconhecíveis para tocar os corações das pessoas”.
A “Igreja doméstica” representada pela família, continuaram os esposos, pode “oferecer muito à Igreja em sua tarefa evangelizadora. Por exemplo, a Igreja enfrenta constantemente a tensão de defender a verdade inclusive expressando compaixão e misericórdia. As famílias devem enfrentar esta tensão a qualquer momento”. O casal australiano deu como exemplo um caso relacionado à homossexualidade. “Amigos nossos estavam planejando sua reunião familiar para o Natal, quando seu filho gay lhes disse que queria convidar o seu companheiro. Eles acreditavam profundamente nos ensinamentos da Igreja e sabiam que seus netos teriam gostado de ver que acolhiam o seu filho e seu companheiro na família. Sua resposta poderia ser resumida em três palavras: ‘É nosso filho’”. Este, explicaram Ron e Mavis Pirola, é um “modelo de evangelização para as paróquias, posto que respondem a situações semelhantes”. O papel da Igreja é “fazer o mundo conhecer o amor de Deus”.
“Uma amiga nossa, divorciada, disse que às vezes não se sente plenamente acolhida em sua paróquia – prosseguiram. Para os demais membros da sua paróquia ela deveria ser um modelo de coragem e compromisso diante das adversidades. De pessoas como ela aprendemos a reconhecer que todos carregamos feridas internas em nossa vida. Estar conscientes das nossas feridas ajuda muitíssimo para reduzir a nossa tendência de julgar os outros, uma atitude que representa um obstáculo para a evangelização”.
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A intervenção de um casal no Sínodo: como acolher os filhos homossexuais - Instituto Humanitas Unisinos - IHU