11 Agosto 2014
O sacerdote e poeta nicaraguense Ernesto Cardenal descartou a ideia de pedir indulgência ao Papa Francisco para que seja levantada a suspensão a divinis que lhe foi imposta por João Paulo II quando ele era ministro da Cultura da Revolução Sandinista, como fez Miguel D'Escoto.
A reportagem é do sítio Religión Digital, 07-08-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Ernesto Cardenal, 89 anos, declarou ao jornal La Prensa que não considera necessário voltar ao seu antigo ofício, já que a sua vida religiosa possui um caráter "meramente contemplativo".
"A minha vocação não é esta: de administrar os sacramentos. O meu sacerdócio é de outro tipo. É por isso que eu não preciso gerir o levantamento da sanção", assegurou Ernesto Cardenal, explicando que a sua vida está dedicada à oração isolada.
O seu castigo, imposto pelo Papa João Paulo II em 1985, se estendeu a outros quatro sacerdotes da Nicarágua que ocupavam cargos ministeriais dentro da Revolução Sandinista.
Recentemente, o indulto outorgado pelo Papa Francisco ao ex-chanceler Miguel D'Escoto permitiu-lhe rezar a missa e administrar os sacramentos. O perdão lhe foi entregue em resposta a um pedido feito pelo atual assessor de Assuntos Internacionais do governo de Daniel Ortega.
Por sua parte, o cardeal Leopoldo José Brenes disse na terça-feira, 5 de agosto, que as penas do Direito Canônico são para refletir, e, quando se supera a falta, a pena pode muito bem ser suspensa, porque não são permanentes.
"Todas as penas no Direito Canônico não são para mortificar as pessoas, mas são penas medicinais para mudar, de acordo com as observações", explicou o cardeal.
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Ernesto Cardenal rejeita pedir indulgência a Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU