Por: André | 26 Junho 2014
Novamente a Venda da Soberania, ou a chamada emissão de “Bônus Soberanos”, no Paraguai foi negociada com cargos e prebendas pessoais. Pelo pacto azul-grená o troféu foi entregue ao liberal Blas Llano para ocupar o cargo de presidente do Senado. O objetivo do presidente Horacio Cartes é continuar trabalhando pela integração dos empresários locais, como o Grupo Cartes, com os interesses dos capitalistas multinacionais globais.
A reportagem é de Del Rosario Ignacio Denis e publicada no sítio Rebelión, 25-06-2014. Ignacio Denis é engenheiro agroecológico graduado pelo Instituto Latino-Americano de Agroecologia Paulo Freire (IALA). A tradução é de André Langer.
O capital corporativo e financeiro global, os falcões das finanças e os depredadores sociais globais pressionam em seu plano de restauração neoliberal no continente, com a nova iniciativa do governo paraguaio de emitir bônus soberanos de 670 milhões. Assim, abrem possibilidades para novos saques diretos ao país, como dizia a presidenta argentina Cristina Fernández de Kirchner: “os abutres são as aves que começam a voar sobre os mortos; os fundos abutres sobrevoam os países endividados e em default, nessa direção aponta a nova queda do Paraguai”.
De acordo com o Banco Central do “Paraguai”, a dívida externa sobe para 2,6 bilhões de dólares, segundo informe de abril de 2014. Novamente agora estão se discutindo nos circos dos lobos da Câmara dos Deputados e do Senado a promulgação da lei de ampliação orçamentária de cerca de 670 milhões de dólares como emissão de “bônus soberano”. A urgência desta emissão não está afastada do plano restaurador do neoliberalismo no continente.
O presidente Horacio Cartes, em sua agenda privatista do novo rumo para o Paraguai, só falta concretizar o Tratado de Livre Comércio com o México, entrar como membro pleno na Aliança do Pacífico e pressionar, a partir do Mercosul, o tratado de livre comércio com a União Europeia. Estas negociações estão sendo trabalhadas intensamente de forma camuflada. Muitos denominam essas negociações de “Cooperação Econômica” e não de Tratado de Livre Comércio. A urgência é convencer a Venezuela e convencer os países membros do Mercado Comum do Sul (Mercosul) sobre o acordo de livre comércio com a União Europeia. Esta proposta vai se afiançando de maneira clandestina. Procuram misturar o keynesianismo com o neoliberalismo para dar-lhe um sabor agridoce, buscar confundir e neutralizar quaisquer iniciativas integracionistas contrárias ao modelo neoliberal, especialmente o projeto inconcluso do socialismo do século XXI. O plano estratégico deste projeto é recompor os quintais dos Estados Unidos com sua principal aliada, a União Europeia.
O grande capital, em seus diversos rostos no continente, aprende com seus erros e trata de apoiar-se em conglomerados empresariais locais, e um presidente empresário como Horacio Cartes cai como anel no dedo das multinacionais. Ao integrar os empresários locais ao capital corporativo e financeiro global abriram novas possibilidades às multinacionais para a viabilização de seu projeto de saques extrativistas globais na região.
“Algo deve substituir os governos, e o poder privado me parece a entidade adequada para isso”. (David Rockefeller, em reportagem à revista Newsweek)
Notas:
http://ea.com.py/soberana-deuda/
http://ayvuguasu.blogspot.com/2014/05/bonos-soberanos-o-la-venta-de-la.html
http://ea.com.py/afirman-que-eleccion-de-llano-es-un-acuerdo-para-seguir-endeudando-al-pais/
http://ea.com.py/endeudaran-al-pais-otros-670-millones-de-dolares/
http://www.abc.com.py/nacionales/llano-presidente-de-congreso-1256468.html
http://ea.com.py/el-nuevo-rumbo-paraguayo-hacia-una-dictadura-empresarial/
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Paraguai. Outro saque do capital corporativo e financeiro global em andamento - Instituto Humanitas Unisinos - IHU