Argentina diz que não pagará próximo vencimento de juro de dívida

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Por: Cesar Sanson | 20 Junho 2014

O governo argentino não vai fazer o pagamento dos juros dos títulos da dívida reestruturada que estava previsto para 30 de junho. Comunicado do Ministério da Economia do país afirma que a decisão da Justiça americana em favor de credores que não aceitaram a reestruturação da dívida impede que o pagamento seja feito.

A reportagem é do jornal Valor, 19-06-2014.

De acordo com o Ministério, por causa da decisão judicial, a Argentina só poderia pagar os juros da dívida reestruturada se, ao mesmo tempo, quitasse "a totalidade do reclamado pelos fundos buitres, que poderia chegar a US$ 15 bilhões".

A Suprema Corte americana manteve decisão do juiz distrital de Nova York Thomas Griesa de determinar que o governo argentino pagasse credores "holdouts", aqueles que rejeitaram a reestruturação após o histórico calote de 2001. A decisão judicial refere-se à ação de três fundos - também chamados “buitre” (abutres), que costumam comprar títulos de dívida pública de economias com problemas - que reclamam o pagamento de US$ 1,3 bilhão. Mas existem ações de outros fundos “buitre”. O total dessas dívidas está em torno dos US$ 15 bilhões, o que representa mais da metade das reservas que a Argentina tem em moeda estrangeira.

Diante da determinação da Justiça americana, o Ministério da Economia argentino diz, em sua nota, que o pagamento do próximo vencimento da dívida reestruturada fica impossibilitado e "mostra a inexistência de vontade de negociar em condições diferentes às obtidas na sentença do juiz Griesa".

Em entrevista coletiva ontem, o ministro-chefe do gabinete do governo da Argentina, Jorge Capitanich, desmentiu que o país enviará uma missão aos Estados Unidos para tratar do assunto e afirmou que as medidas cautelares “impedem que a Argentina pague em 30 de junho os cupons da dívida, em cumprimento com os credores que concordaram com a reestruturação”.

“Não se pode colocar em dúvida, nem por Griesa nem por ninguém, a vontade de pagar”, acrescentou Capitanich. Segundo ele, a atuação do juiz Griesa no caso “confirma de modo claro e transparente a verdadeira intenção da medida: fulminar a mais exitosa reestruturação de dívida que se realizou sem a assistência do Fundo Monetário Internacional, garantindo o cumprimento de todas as obrigações financeiras de forma sistemática”.