Por: Cesar Sanson | 16 Junho 2014
Polícia Militar atirou bombas há menos de uma hora do início da partida entre Argentina e Bósnia; protesto tentava chegar próximo ao Maracanã.
A reportagem é de Piero Locatelli e publicada no portal da revista CartaCapital, 15-06-2014.
Há menos de uma hora do primeiro jogo da Copa do Mundo no Rio de Janeiro, policiais atiraram bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha a quatro quarteirões do estádio. Mesmo sabendo que não conseguiriam chegar ao local da partida, cerca de 500 militantes tentaram ir em marcha até o local onde Argentina e Bósnia se enfrentariam no campo. Ao lado do estádio, encontraram um bloqueio da Tropa de Choque da PM carioca.
O protesto foi o que conseguiu chegar mais perto de um estádio até agora neste mundial. Em Belo Horizonte e em São Paulo, por exemplo, a polícia não permitiu que os manifestantes sequer se reunissem e saíssem em marcha. No Rio de Janeiro, a polícia se resumiu a acompanhar a manifestação. Ela revistou alguns manifestantes no local enquanto cinco helicópteros sobrevoavam o local.
Os manifestantes cariocas começaram a se reunir quatro horas antes na praça Seans Peña, a dois quilômetros do Maracanã. O protesto foi organizado pela Frente Independente Popular, um grupo de movimentos sociais, anarquistas e outros militantes independentes. O grande número de jornalistas estrangeiros e ‘midialivristas’ se confundia aos outros manifestantes no local, sendo uma minoria deles adeptos da tática black bloc.
O primeiro bloqueio aconteceu quando os policiais fecharam a avenida Maracanã. Os manifestantes conseguiram se reagrupar e entrar por ruas estreitas, onde discutiram com moradores que criticavam os protestos e também lojistas.
Os manifestantes seguiram a partir de uma avenida paralela, a avenida professor Manuel de Abreu. Lá, a própria polícia destruiu o bloqueio da rua feito pela prefeitura e disparou gás lacrimogêneo e balas de borracha sobre os manifestantes. Um coquetel molotov também foi atirado pelos manifestantes sobre a tropa de choque.
O combate fez com que os manifestantes se dispersassem pela região. Eles corriam na região oposta do estádio. Ao menos quatro deles ficaram feridos.
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Manifestantes são reprimidos próximo ao Maracanã - Instituto Humanitas Unisinos - IHU